Os produtores de mel de abelha estão motivados e alguns já pensam em ampliar a atividade na região. O clima entre eles é de expectativa |
Diferentemente de 2010, o quadro atual é animador. Neste ano, a colheita deve se prolongar até junho
Iguatu Os apicultores da região Centro-Sul comemoram a produção de mel de abelha, que deve chegar a uma colheita de 300 toneladas, na safra deste ano. As boas chuvas que banham as áreas produtoras desde janeiro passado favorecem a florada da Caatinga e contribui para o aumento da produção nas colmeias.
Diferentemente de 2010, o quadro atual é animador. Ano passado, a estiagem provocou queda na produção de mel de abelha e a região colheu menos de 100 toneladas do produto. Neste ano, a colheita começou cedo, em janeiro passado, e deve se prolongar até junho. "A safra será três vezes maior, em relação ao ano passado", diz o presidente da Associação Iguatuense de Apicultores (AIA), Júnior Cézar Ferreira Lima.
O mercado é favorável. Os associados da AIA já venderam 20 toneladas de mel para uma empresa exportadora, localizada na cidade de Bebedouro, no Interior de São Paulo. De lá, o produto chega aos centros consumidores da Europa. "Em junho, vamos vender mais 30 toneladas", anunciou Júnior Lima.
Atualmente, o quilo do produto é comercializado por R$ 3,60. O preço em face do aumento da oferta está inferior 60 centavos ao valor praticado em 2010, quando houve queda na safra e redução dos estoques. Entretanto, os apicultores estão satisfeitos. "O valor atual permite um bom lucro em comparação com outros produtos da agricultura", observa Júnior Lima.
Na região Centro-Sul, os principais produtores são Iguatu, Acopiara, Catarina, Jucás, Cariús e Quixelô. Desde o início da década passada que a produção é crescente. Produtores individuais de médio e grande porte e pequenos criadores, associados em grupos, estão motivados a ampliar a atividade produtiva.
O presidente da AIA, Júnior Lima, observa que graças à liberação de recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) por meio do programa de crédito Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) do Banco do Brasil e o apoio do Sebrae com oferta de orientação técnica e consultoria, a apicultura vem crescendo na região.
O consultor do Sebrae, Francisco Luis Dondi Neto, dá orientação técnica aos associados da AIA e a outros grupos de produtores na região. "Apesar da falta de incentivo de órgãos públicos, a atividade está em expansão, ganhando força. Não impede que o produtor tenha outras atividades regulares".
Dondi Neto reforça que o mercado é favorável e a atividade é lucrativa, além de favorecer a proteção ao meio ambiente, mantendo as matas nativas. "O principal do setor é a falta de adequada infraestrutura para beneficiamento do produto", observa. "No verão, ocorre perda de enxames por falta de manejo adequado".
Exemplos
Na região, há bons exemplos de produtores que crescem de forma individual ou em grupo. Próximo ao Distrito de Caipu, em Cariús, Edmar Bezerra é um deles. Dedica-se à atividade e alcançou boa produtividade. No Sítio Tapera, em Quixelô, o destaque é a produção associativa.
Pequenos agricultores viram na apicultura a possibilidade de ampliar a renda e passaram a produzir mel de abelha, a partir da formação de um grupo. A produção associativa no Sítio Tapera é modelo e exemplo para outras comunidades. "Facilita a aprovação de projeto de financiamento e a formação técnica", diz o consultor Dondi Neto. "Um incentiva o outro, troca informações e há melhores condições de acompanhamento e orientação aos associados". Outros produzem de forma individual. Nessa modalidade, no Centro-Sul, há pequenos, médios e grandes produtores.
MAIS INFORMAÇÕES
Associação Iguatuense de Apicultores, Av. Agenor Araújo, S/N, Centro - Região Centro-Sul
Telefone: (88) 3581. 1966
FORTALECIMENTO
Atividade está em expansão
Na última década, a apicultura está em expansão em vários Municípios do Interior. As regiões Inhamuns e Centro-Sul são destaque. No ano passado, por exemplo, a Associação dos Apicultores de Quixelô assinou contratos com o Banco do Brasil, beneficiando 17 produtores de mel de abelha. Foram liberados R$ 150 mil, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para o incremento da atividade.
O esforço da instituição é ampliar e fortalecer a cadeia produtiva da agricultura familiar, em Quixelô. Os produtores de mel de abelha estão motivados e alguns já pensam em ampliar a atividade produtiva. O clima entre eles é de expectativa. O presidente da Associação, Aildo Oliveira, lembrou que nos últimos três anos foram investidos mais de R$ 200 mil no setor. "O nosso objetivo é inserir a apicultura na agricultura familiar como alternativa a outras atividades que já existem dentro do Município", disse Oliveira. "A produção de mel ainda é baixa, mas existe um grande potencial a ser explorado". Pelo visto, o esforço da associação é para ampliar a renda familiar. A maioria da população de Quixelô, cerca de 80%, reside na zona rural. Esse pessoal vive da agricultura familiar, da exploração da pecuária e há, portanto, potencial para o crescimento da apicultura.
De acordo com o presidente da Associação dos Apicultores de Iguatu, Júnior Cézar Lima, a exploração da apicultura, no Centro-Sul, vem crescendo e a expectativa é de expansão da atividade nesta década. "A tendência é de aumento do número de produtores e da produtividade. Temos comercialização garantida".
Os números demonstram a expansão da atividade. A produção e a exportação de mel de abelha no Ceará são crescentes. Em 2010, foi exportado o equivalente a 10 milhões de dólares. A apicultura cearense é uma atividade que mobiliza mais os produtores da agricultura familiar.
Dados da Federação Cearense de Apicultura (FCA) apontam a existência de 300 mil colmeias espalhadas pelo Ceará. No Brasil, o Ceará ocupa o 4° lugar, em produção de mel, e, no Nordeste, perde apenas para o Piauí, segundo o IBGE. A entidade estima que a produção deste ano será de cerca de quatro mil toneladas. "Em 2010, perdemos mais de 70% da safra por causa da seca", disse o presidente da FCA, Francisco Teixeira Filho. Se no próximo ano a quadra invernosa for favorável, na avaliação da FCA, a safra, sim, será bem favorável. "Os enxames serão recompostos neste ano e com um bom inverno em 2012 teremos uma elevação na produção".
Chico Filho lamentou a falta de apoio, de política pública para o setor.
MAIS INFORMAÇÕES
Federação Cearense de Apicultura, Rua Capitão Rocha Andrade 162 - Mombaça/ Telefones: (88) 3583.3436/ (88) 9910.9950.
Iguatu Os apicultores da região Centro-Sul comemoram a produção de mel de abelha, que deve chegar a uma colheita de 300 toneladas, na safra deste ano. As boas chuvas que banham as áreas produtoras desde janeiro passado favorecem a florada da Caatinga e contribui para o aumento da produção nas colmeias.
Diferentemente de 2010, o quadro atual é animador. Ano passado, a estiagem provocou queda na produção de mel de abelha e a região colheu menos de 100 toneladas do produto. Neste ano, a colheita começou cedo, em janeiro passado, e deve se prolongar até junho. "A safra será três vezes maior, em relação ao ano passado", diz o presidente da Associação Iguatuense de Apicultores (AIA), Júnior Cézar Ferreira Lima.
O mercado é favorável. Os associados da AIA já venderam 20 toneladas de mel para uma empresa exportadora, localizada na cidade de Bebedouro, no Interior de São Paulo. De lá, o produto chega aos centros consumidores da Europa. "Em junho, vamos vender mais 30 toneladas", anunciou Júnior Lima.
Atualmente, o quilo do produto é comercializado por R$ 3,60. O preço em face do aumento da oferta está inferior 60 centavos ao valor praticado em 2010, quando houve queda na safra e redução dos estoques. Entretanto, os apicultores estão satisfeitos. "O valor atual permite um bom lucro em comparação com outros produtos da agricultura", observa Júnior Lima.
Na região Centro-Sul, os principais produtores são Iguatu, Acopiara, Catarina, Jucás, Cariús e Quixelô. Desde o início da década passada que a produção é crescente. Produtores individuais de médio e grande porte e pequenos criadores, associados em grupos, estão motivados a ampliar a atividade produtiva.
O presidente da AIA, Júnior Lima, observa que graças à liberação de recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) por meio do programa de crédito Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) do Banco do Brasil e o apoio do Sebrae com oferta de orientação técnica e consultoria, a apicultura vem crescendo na região.
O consultor do Sebrae, Francisco Luis Dondi Neto, dá orientação técnica aos associados da AIA e a outros grupos de produtores na região. "Apesar da falta de incentivo de órgãos públicos, a atividade está em expansão, ganhando força. Não impede que o produtor tenha outras atividades regulares".
Dondi Neto reforça que o mercado é favorável e a atividade é lucrativa, além de favorecer a proteção ao meio ambiente, mantendo as matas nativas. "O principal do setor é a falta de adequada infraestrutura para beneficiamento do produto", observa. "No verão, ocorre perda de enxames por falta de manejo adequado".
Exemplos
Na região, há bons exemplos de produtores que crescem de forma individual ou em grupo. Próximo ao Distrito de Caipu, em Cariús, Edmar Bezerra é um deles. Dedica-se à atividade e alcançou boa produtividade. No Sítio Tapera, em Quixelô, o destaque é a produção associativa.
Pequenos agricultores viram na apicultura a possibilidade de ampliar a renda e passaram a produzir mel de abelha, a partir da formação de um grupo. A produção associativa no Sítio Tapera é modelo e exemplo para outras comunidades. "Facilita a aprovação de projeto de financiamento e a formação técnica", diz o consultor Dondi Neto. "Um incentiva o outro, troca informações e há melhores condições de acompanhamento e orientação aos associados". Outros produzem de forma individual. Nessa modalidade, no Centro-Sul, há pequenos, médios e grandes produtores.
MAIS INFORMAÇÕES
Associação Iguatuense de Apicultores, Av. Agenor Araújo, S/N, Centro - Região Centro-Sul
Telefone: (88) 3581. 1966
FORTALECIMENTO
Atividade está em expansão
Na última década, a apicultura está em expansão em vários Municípios do Interior. As regiões Inhamuns e Centro-Sul são destaque. No ano passado, por exemplo, a Associação dos Apicultores de Quixelô assinou contratos com o Banco do Brasil, beneficiando 17 produtores de mel de abelha. Foram liberados R$ 150 mil, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para o incremento da atividade.
O esforço da instituição é ampliar e fortalecer a cadeia produtiva da agricultura familiar, em Quixelô. Os produtores de mel de abelha estão motivados e alguns já pensam em ampliar a atividade produtiva. O clima entre eles é de expectativa. O presidente da Associação, Aildo Oliveira, lembrou que nos últimos três anos foram investidos mais de R$ 200 mil no setor. "O nosso objetivo é inserir a apicultura na agricultura familiar como alternativa a outras atividades que já existem dentro do Município", disse Oliveira. "A produção de mel ainda é baixa, mas existe um grande potencial a ser explorado". Pelo visto, o esforço da associação é para ampliar a renda familiar. A maioria da população de Quixelô, cerca de 80%, reside na zona rural. Esse pessoal vive da agricultura familiar, da exploração da pecuária e há, portanto, potencial para o crescimento da apicultura.
De acordo com o presidente da Associação dos Apicultores de Iguatu, Júnior Cézar Lima, a exploração da apicultura, no Centro-Sul, vem crescendo e a expectativa é de expansão da atividade nesta década. "A tendência é de aumento do número de produtores e da produtividade. Temos comercialização garantida".
Os números demonstram a expansão da atividade. A produção e a exportação de mel de abelha no Ceará são crescentes. Em 2010, foi exportado o equivalente a 10 milhões de dólares. A apicultura cearense é uma atividade que mobiliza mais os produtores da agricultura familiar.
Dados da Federação Cearense de Apicultura (FCA) apontam a existência de 300 mil colmeias espalhadas pelo Ceará. No Brasil, o Ceará ocupa o 4° lugar, em produção de mel, e, no Nordeste, perde apenas para o Piauí, segundo o IBGE. A entidade estima que a produção deste ano será de cerca de quatro mil toneladas. "Em 2010, perdemos mais de 70% da safra por causa da seca", disse o presidente da FCA, Francisco Teixeira Filho. Se no próximo ano a quadra invernosa for favorável, na avaliação da FCA, a safra, sim, será bem favorável. "Os enxames serão recompostos neste ano e com um bom inverno em 2012 teremos uma elevação na produção".
Chico Filho lamentou a falta de apoio, de política pública para o setor.
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Federação Cearense de Apicultura, Rua Capitão Rocha Andrade 162 - Mombaça/ Telefones: (88) 3583.3436/ (88) 9910.9950.
Extração de mel de abelha na região Centro-Sul, onde a atividade prova ter boa competitividade FOTOS: HONÓRIO BARBOSA |
Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.
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