Este blog é direcionado para os alunos da Escola Municipal Genildo Miranda no Sítio Lajedo em Mossoró-RN, para os alunos da Escola Estadual Rui Barbosa no município de Tibau-RN, para todos aqueles amantes da Educação Geográfica e também para os que se propõem a discussão de uma Educação contextualizada.

terça-feira, 31 de maio de 2011

Projeto De Olho na Água "inspira" curso de recuperação da Lagoa do Batoque

Foto-Divulgação
Retirado do Diário do Nordeste - 31.05.2011

Caderno Regional
Projeto ambiental inicia no Batoque


Curso está preparando comunidade do Batoque para atuar como permacultora e ajudar na preservação da lagoa

Fortaleza O projeto de recuperação da Lagoa do Batoque, em Aquiraz, deu início às suas ações no último dia 20, com o curso de Introdução à Permacultura e Capacitação em Construção de Canteiros Biossépticos. Segundo a coordenação do projeto, o objetivo foi capacitar a comunidade através dos princípios e ética da Permacultura e criar o desenvolvimento de competências e habilidades que possibilitem a inserção dessas pessoas como atores de mudanças no âmbito local.

A Permacultura, cultura permanente, atua como um sistema de planejamento baseado em éticas e princípios, que podem ser utilizados para criar e gerir sistemas humanos realmente sustentáveis.

A palavra surgiu na década de 1970, na Austrália, concebida inicialmente pelos pesquisadores Bill Mollison e David Holmgren. Desde então, o conceito tem sido adotado e desenvolvido por uma rede de ambientalistas, agricultores orgânicos e Ecovilas, por todo o mundo. Muitas das soluções encontradas pelos permacultores representam contribuições valiosas para áreas como a de habitações, saneamento, manejo da água, energia e recuperação de áreas degradadas.

No centro da atividade do permacultor está o design, tomado como planejamento consciente para tornar possível, entre outras coisas, a utilização da terra sem desperdício ou poluição, a restauração de paisagens degradadas e o consumo mínimo de energia.

Durante o curso está prevista, ainda, visita ao Projeto "De Olho na Água", em Icapuí, nos locais de implantação dos canteiros biossépticos, além da implantação de um canteiro na Associação Comunitária de Moradores do Batoque. A comunidade está sendo capacitada para construir os 80 canteiros biossépticos previstos no projeto.


Texto retirado do blog A cidade Icapuí.

Agrícola Famosa: empresa oferece 6 mil empregos durante safra

Reproduzido do Diário do Nordeste - 31.05.2011

Caderno Negócios
Empresa oferece 6 mil empregos durante safra


Neste ano, a Agrícola Famosa, empresa do ramo de produção de frutos, deverá contratar cerca de 1.000 funcionários temporários além das costumeiras 5 mil vagas ocupadas no período de safra, que vai de junho de 2011 a fevereiro de 2012.

O grupo já tem quase duas décadas de atuação e é líder em exportação de melão. Situada em Icapuí-CE, avançando pelo Rio Grande do Norte, a fazenda da empresa produz cerca de 80% do seu contingente apenas para exportação, principalmente para países da Europa.

Segundo Carlo Porro, diretor e sócio da produtora, o grupo trabalha ainda com uma linha de vegetais e, recentemente, desenvolveu um projeto de produção de banana, em parceria com empresa norte-americana Chiquita, também com viés estritamente exportador.

Expansão

Recentemente, a Agrícola Famosa concluiu a transação de arrendamento das fazendas de Melão no Brasil da empresa Del Monte, o que deverá potencializar a sua presença nos mercados internacional e nacional como o principal fornecedor de melão, melancia e frutas frescas.

Ampliando sua atuação para fora do país, foi fundada a Agrícola Famosa Senegal S/A. O objetivo principal dessa transação é promover as relações comerciais entre Brasil e Senegal, no continente africano, construindo laços baseados em cooperação comercial e no desenvolvimento sustentável.


Retirado do Blog a Cidade Icapuí

segunda-feira, 30 de maio de 2011

Projeto de lei prevê criar Dia do Peixe-Boi em Aracati

A aquasis realiza trabalho de conscientização nas comunidades litorâneas para salvar o animal marinho
FOTO: DIVULGAÇÃO
Iniciativa em Aracati propõe que se considere o peixe-boi marinho um símbolo de conservação da biodiversidade

A preocupação de ambientalistas ganha força nos movimentos dos povos do mar e chega aos poderes públicos que os representam. Um bom exemplo é o projeto de lei que tramita para a criação do "Dia do Peixe-Boi" em Aracati. A Câmara Municipal aprovou a ideia em documento recomendando a Prefeitura Municipal a retorná-lo em forma de projeto de lei que possa ser aprovado. Com isso, o mamífero marinho com maior risco de extinção no litoral brasileiro ganha uma data própria para as campanhas de educação ambiental em seu nome.

A equipe da Campanha de Educação Ambiental do Projeto Manatí conseguiu apoio dos vereadores de Aracati para transformar o peixe-boi marinho em Patrimônio Natural do Município. A intenção é instituir o dia 4 de outubro como o "Dia do Peixe-Boi", mesma data em que se comemora o Dia de São Francisco de Assis e o Dia Internacional dos Animais. O Projeto Manatí é coordenado pela Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis), que tem sede em Caucaia e é uma das maiores referências em estudos de Biologia Marinha e de preservação de espécies no litoral do Ceará.

Área de convivência


A escolha de Aracati para esse movimento de política ambiental não é aleatória: o litoral do Município é uma das principais áreas de convivência do Trichechus manatus manatus, ou peixe-boi marinho - inclusive com registro de encalhe desses animais. O projeto encaminhado aos vereadores de Aracati propõe que se considere esse mamífero marinho um símbolo de conservação e de proteção da biodiversidade. São conhecidas duas espécies: a do peixe-boi marinho da Flórida, e a das Antilhas (encontrada no Brasil).

De acordo com a bióloga Katherine Choi, da Aquasis, várias ações podem ser promovidas ensejando o Dia do Peixe-Boi Marinho: campanhas de proteção nos seus habitats (estuários, rios e zona costeira), evitando ou coibindo atividades que possam causar danos aos mesmo; promoção do turismo em função de ser a cidade que tem o mamífero marinho como um patrimônio tombado; articulação com entidades científicas e preservacionistas, visando estudos e conscientização popular.

E fica uma oportunidade para o dia municipal: realização de eventos culturais, esportivos, ambientais e turísticos para promover a conservação da espécie. Também pode fortalecer o debate social sobre a conservação e a proteção da biodiversidade. Nisto tudo, as escolas serão grandes aliadas. O Município de Aracati também começa a ter adesão do poder público, via Câmara Municipal, para campanhas ambientais que antes só os povos do mar e diversas ONGs parceiras desenvolviam.

Mas essa campanha de adesão dos poderes constituídos não é apenas complementar, mas uma estratégia de urgência, conforme ambientalistas. O fato: o peixe-boi marinho está ameaçado de extinção, assim como outras espécies marinhas e aves migratórias. Se não forem tomadas medidas fortes e sustentáveis, pode ser o fim. E como na natureza tudo está constituído em uma cadeia alimentar, a extinção de espécies animais e vegetais, bem como destruição dos seus berçários, vai afetar diretamente o homem.

Estima-se que, na zona costeira brasileira (especialmente entre Alagoas e Amapá), existam tão somente cerca de 500 peixes-bois marinhos. "É um número muito pequeno. E Aracati está dentro da área de encalhe do peixe-boi. O Município registra alguns objetos de pesca que são perigosos para o encalhe. As campanhas começam a sensibilizar a população para a preservação desse animal", afirma a bióloga Cristine Negrão, da Aquasis". A baixa densidade gera outros riscos para esses mamíferos: Uma pequena população que se reproduza muito entre si, o que eleva o nível de consanguinidade, aumenta as chances de gerar um problema genético, a chamada endogamia. Então, se um peixe-boi não produz um determinado tipo de proteína, pode passar essa característica para os seus desdencentes. Os biólogos da Aquasis têm acompanhado as pequenas populações desse mamífero no litoral de Icapuí, para se avaliar o nível de consanguinidade.

Neste ano, houve resgate de aproximadamente 40 mamíferos marinhos, dos quais um era filhote de peixe-boi. Em 2010, foram resgatados outros quatro dessa espécie. Conforme já foi informado em edição passada do Bem Estar Animal, o encalhe de golfinhos é um dos mais frequentes. Em 2010, foram registrados 74 casos nas praias do Ceará. É uma média de três encalhes a cada duas semanas.

Para evitar o encalhe de mamíferos marinhos, bem como facilitar a reabilitação desses animais, a Aquasis capacita moradores e ambientalistas dos Municípios da zona costeira para o senso de preservação e proteção. Em Icapuí, são as ONGs Igarakuê, Associação Aratu e a Fundação Brasil Cidadão, que naquele Município apoia o projeto Mulheres de Corpo e Alga, já abordada em matéria deste Caderno. Em Aracati, um importante ponto de apoio é a ONG Recicriança, na localidade dos Estevão, em Canoa Quebrada.

Uma das atividades recentes da Aquasis é o projeto "Extinção Zero no Ceará", com o objetivo de proteger a biodiversidade marinha por meio de processos de conservação das espécies mais ameaçadas.

As prioridades são: o peixe-boi marinho e aves migratórias (Litoral Leste e Extremo Oeste), o boto-cinza (zona costeira da Região Metropolitana), o periquito-cara-suja (Maciço de Baturité), e o Soldadinho-do-Araripe (Chapada do Araripe).


Blog Bem-Estar Pet

Para ler sobre animais de estimação, veja blog Bem-Estar Pet
http://blogs.diariodonordeste.com.br/bemestarpet - twitter @valerianfeitosa


MAIS INFORMAÇÕES

Associação de Pesquisa e Preservação de Ecossistemas Aquáticos (Aquasis) - Praia de Iparana, Caucaia - Município da Região Metropolitana de Fortaleza
Telefone: (85) 3318.4911


O mamífero está ameaçado de extinção, assim como outras espécies marinhas. Se não forem tomadas medidas sustentáveis e urgentes, pode ser o fim deste animal nas zonas litorâneas
FOTO: DIVULGAÇÃO

Melquíades Júnior
Colaborador
Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.

Avanço do mar afasta turistas do litoral oeste

A Praia do Icaraí está recebendo uma ação de contenção ao longo de 1.370 metros. No local já existe destruição de imóveis
FOTO: KID JÚNIOR
A Assembleia Legislativa debate o desaparecimento de praias cearenses por conta do avanço do mar

Imóveis desvalorizados, estabelecimentos comerciais fechados e, principalmente, abandono dos banhistas. Essa é a realidade atual das praias de Caucaia, na Região Metropolitana de Fortaleza, especialmente as de Iparana, Pacheco e Icaraí.

Esse trecho do litoral cearense, que se encontra em estado avançado de degradação, será um dos temas a ser discutido hoje pela Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento do Semiárido da Assembleia Legislativa. Em audiência pública, deputados, técnicos e populares irão debater a erosão costeira e o aquecimento global. O evento, em comemoração ao Dia do Geólogo, acontece às 14h30, no Complexo de Comissões Técnicas da Casa.

Para moradores e comerciantes das localidades de Iparana e Pacheco o tema é mais que oportuno, em vista das perdas que a área vem sofrendo com contínuo avanço do mar e a ausência de políticas públicas para conter a erosão.

Efetivamente, estão sendo desenvolvidas ações de contenção no Icaraí, numa faixa de 1.370 metros, onde foi introduzida a técnica de "bag wall" ou "barramar", obra que despendeu R$ 8 milhões, recursos do Governo Federal, através do Ministério da Integração Nacional.

No entanto, para a comunidade local é muito pouco ainda o que vem sendo feito. O comerciante Joaquim Lima Silva, proprietário da barraca "O Odorico", localizado em Iparana, por exemplo, diz que vem amealhando prejuízos significativos ao longo de uma década.

O comércio sofreu um recuo de 100 metros e nem assim deixou de ser atingido pelas marés, que já destruíram colunas e até a coberta rústica feita de palha de carnaúba. "Somente não quebrei porque sobrevivo também da aposentadoria", disse o comerciante de 62 anos e há 18 atuando naquele trecho da orla marítima do Ceará.

Também com uma barraca em Iparana, Francisco da Silva Moreira, 48 anos, reclama que a ação vem sendo desenvolvida somente no Icaraí, negligenciado as praias vizinhas e que são as mais sofridas com a degradação ambiental.

"O que nós queríamos é que a mesma determinação empreendida no Icaraí fosse também extensiva à nossa praia e ao Pacheco", afirmou. Por enquanto, ele lembra que o lugar foi naturalmente esquecido pelos banhistas, exatamente pela falta de faixas de praias.

Menos grave

Na verdade, a situação em Iparana é menos grave uma vez que há uma década um extenso paredão de pedra foi construído no entorno do Sesc, o que evitou que as águas marinhas avançassem sobre as edificações.

Já a praia do Pacheco, teve menos sorte. A força das águas deixou um rastro de destruição. São ruínas de casas, barracas e restaurantes. Para o morador do Pacheco, Paulo César Gonçalves Pereira, 28 anos, houve um descaso que se prolongou por anos. "Somente agora resolveu se tomar providências, mas são intervenções isoladas e que não abrangem todo o litoral de Caucaia", salientou.

Debate

As atividades que acontecem hoje na Assembleia Legislativa, visam envolver profissionais em um debate sobre os assuntos de importância, no que diz respeito ao meio ambiente do nosso Estado", justificou o responsável pela audiência, deputado Lula Moraes (PCdoB).

Foram convidados para o evento representantes da Associação dos Profissionais de Geologia do Ceará; do Conselho Regional de Engenharia (Crea), Arquitetura e Agronomia do Estado; Sindicato dos Engenheiros do Estado do Ceará, Departamento de Geologia da Unifor, entre outros.


Enquete
O que está faltando?
"A Praia de Iparana tinha tudo para ser uma das mais bem frequentadas por ser um lugar seguro. Infelizmente, não é"
José Maria Façanha, 62 ANOS Aposentado


"Lamento muito que a praia esteja degradada, porque não permite banhos. Venho para cá, apenas para contemplar o lugar"
Airton de Andrade Lima, 85 ANOS Aposentado


OBRAS

Ações vão abranger seis quilômetros de praia
As ações de contenção do mar não ficarão restritas ao Icaraí. A ideia é que também abranja uma faixa de seis quilômetros lineares, o que incluirá as praias do Pacheco e Iparana e ainda a Tabuba e o Cumbuco.

A informação é do secretário de Comunicação Social da Prefeitura de Caucaia, Solano Lopes. Ele explicou que a primeira fase, que envolve 1.350 metros de praia no Icaraí, deverá ficar concluída entre o final de julho e começo de agosto deste ano.

"Essa obra foi orçada em R$ 8 milhões e os recursos foram assegurados pelo Ministério da Integração Nacional. Agora, falta verba para contemplar o restante do trecho que se encontra degradado", afirmou.

Mais recursos

Para a execução do barramar (ou bag wall), de toda a extensão em Caucaia, serão necessários mais R$ 37 milhões. Por enquanto, os recursos ainda não foram assegurados e, não há um cronograma para a retomada da obra do trecho que vai além do Icaraí.

De acordo com Solano Lopes, a tecnologia empregada, conhecida internacionalmente como "bag wall" teve grande eficiência em praias da Europa e já foi empregada no litoral nordestino. Contudo, destaca que os recursos elevados são o principal entrave para maior agilidade das obras de recuperação de áreas marinhas degradadas.

"O prefeito de Caucaia, Washington Gois, vem se empenhando junto ao Governo Federal para a liberação das verbas e creio que não haverá descontinuidade", afirmou o secretário.

Solano diz que na primeira fase houve avanços na retomada de áreas de praias no Icaraí. Em alguns trechos foram construídas muradas de frente para o mar. Para os comerciantes a preocupação continua, uma vez que os efeitos mais danosos sobre as edificações ocorrem em agosto, quando os ventos são mais fortes.


MARCUS PEIXOTO
REPÓRTER
Fonte: Jornal Diário do Nordeste

domingo, 29 de maio de 2011

Pesquisa de universidades do Ceará adverte para modelo excludente do crescimento de Mossoró

Mossoró-RN
O crescimento urbano de Mossoró nos últimos anos é indiscutível. A cidade tem ganhado novos empreendimentos comerciais, edifícios, mas especialistas em economia constatam que o município não tem se desenvolvido socialmente, pois esse crescimento não tem chegado à grande maioria da população.
A maior parte dos moradores está excluída desse processo, porque não tem acesso às grandes lojas do shopping, aos restaurantes, aos prédios residenciais, por exemplo. Ou seja, a riqueza de Mossoró não está sendo compartilhada com todos, segundo aponta pesquisa feita por pesquisadores da Universidade Federal do Ceará (UFC) e da Universidade Estadual do Ceará (UECE).
Ademais, o crescimento da cidade não uniforme se resume a áreas mais nobres da cidade. A periferia continua carente de avanços, de melhorias habitacionais e serviços públicos essenciais, e a população tem convivido com o agravamento de problemas urbanos, como a falta de transporte público, segurança, saúde.
Esse crescimento desigual, que privilegia áreas mais nobres da cidade, beneficia pequena parcela da população e exclui a grande maioria dos moradores, tem chamado atenção de pesquisadores científicos, que estão se debruçando sobre as consequências desse modelo de crescimento para o futuro de Mossoró.
Entre esses pesquisadores, estão Renato Pequeno, arquiteto e urbanista, ligado à Universidade Federal do Ceará, e Denise Elias, geógrafa vinculada à Universidade Estadual do Ceará, ambas as instituições em Fortaleza (CE). Eles publicaram o estudo "Tendências da urbanização e os espaços urbanos não metropolitanos".
Nesse trabalho científico, eles analisam o processo de desenvolvimento urbano de Mossoró, refletindo parte de uma pesquisa em desenvolvimento que tem como objeto alguns desses espaços e tem como objetivo principal apresentar uma das características que se tem mostrado recorrente a todas as cidades estudadas, qual seja, o aprofundamento das desigualdades socioespaciais.
A moradia é a variável principal escolhida para análise, e Mossoró foi escolhida como objeto de análise. O trabalho dos pesquisadores faz um diagnóstico de Mossoró nos seus mais diversos aspectos, a começar pela importância do município no contexto regional e motivos para expansão do município, estimulada pelos governos federal, estadual e municipal, que têm alocado recursos em infraestrutura necessária ao incremento da economia, bem como garantido subsídios para atrair empresários de diferentes setores.
"Entre nossas principais preocupações na pesquisa, está justamente compreender a dinâmica da urbanização, especialmente a partir dos novos agentes econômicos", escreve os autores, que destacam que todo esse crescimento urbano de Mossoró ocorreu sem o devido acompanhamento de uma política de desenvolvimento urbano eficaz, pautada em instrumentos de planejamento urbano adequados ao controle da especulação imobiliária.
Isso resultou, segundo os autores, no crescimento das irregularidades fundiárias e numa série de conflitos de uso e ocupação do solo, além de problemas de circulação e mobilidade, agravados com a deficiência do transporte público e ausência de políticas públicas eficientes de urbanização, sobretudo nas páreas mais periféricas.  

Criação de conjuntos marca desenvolvimento

Segundo os pesquisadores, a década de 1970 é um marco para a história de Mossoró. Intensificaram-se os movimentos populacionais do campo para a cidade, motivados pelas recorrentes dificuldades da agricultura de subsistência, atividade até então predominante no semiárido nordestino, e, em especial, pela substituição da força de trabalho manual pela mecânica na salinicultura.
Essa fase marca o surgimento dos primeiros conjuntos habitacionais, estimulado pelo poder público através de recursos do Sistema Financeiro de Habitação e dos programas do Banco Nacional de Habitação BNH, executados pela Cohab-RN e pelo Inocoop, o que representaram as principais intervenções urbanas dos anos 1970 e 1980, influenciando diretamente na configuração de um novo eixo de expansão da cidade associado, escrevem os pesquisadores.
Nos anos 1990, outros conjuntos vieram a ser construídos. "Em decorrência da implantação desses conjuntos habitacionais, a cidade passou a vivenciar um processo de crescimento descontínuo", dizem Renato Pequeno e Denise Elias.

Mercado imobiliário só atende a poucos

Segundo os pesquisadores, a verticalização em Mossoró encontra-se em sua maior parte concentrada desde o centro tradicional indo em direção a oeste, onde os loteamentos fechados passam a ser implantados.
Voltados para famílias de renda médio-alta, os condomínios verticais ocupam grandes lotes remanescentes da primeira fase de ocupação do bairro Nova Betânia, marcada pela construção de residências unifamiliares em grandes lotes.
"Essas formas de parcelamento do solo se apresentam como grandes alvos de especulação imobiliária, induzindo a implantação de infraestruturas urbanas - como as redes de água e esgotamento sanitário - e sistema viário nessas direções, em detrimento de vasta periferia desprovida de boas condições de habitabilidade urbana", escrevem.
Com isso, os pesquisadores reforçam a tese visível decorrente do avanço da verticalização e da especulação imobiliária: que as ações voltadas as áreas mais valorizadas do ponto de vista imobiliário não estão sendo executadas na mesma proporções das áreas periféricas, o que, se persistir, agravará o quadro de desigualdade e exclusão social de Mossoró.

Favelas agravam situação de desigualdade

A partir dos anos 80, o surgimento de favelas e de loteamentos irregulares agravaram a situação de desigualdade do processo de desenvolvimento urbano de Mossoró. "Esse processo de favelização, reconhecido em blocos, porém disperso e fragmentado pelas franjas periféricas da cidade, tem representado a principal demanda por políticas públicas de habitação mais recentes", escrevem os pesquisadores.
E acrescentam: "Ainda que tenha havido a tentativa de erradicar as moradias feitas de taipa, a cada dia, novas casas são erguidas utilizando tal material, refletindo o quadro de modernização excludente que tem predominado na cidade, onde as oportunidades atraem a muitos, mas efetivamente são alcançadas por poucos".
Também se constata que até aqui não houve um processo de planejamento na condução dessas ações, as quais se configuram como intervenções pontuais realizadas a partir de oportunidades de recursos obtidos junto a diversas fontes, advertem Renato Pequeno e Denise Elias, no texto científico.

 Fonte: Jornal O Mossoroense.

sábado, 28 de maio de 2011

Terra a 980 graus

Berço de um dos maiores e menos estudados lagos de lava - com quilômetros de profundidade -, o Nyiragongo por duas vezes já vomitou rocha fundida sobre a população de Goma.

Cientistas descem até um lago de lava para proteger uma cidade congolesa da próxima erupção.

 Quando? Essa é a questão que levou dois vulcanólogos de renome mundial ao centro da África; é a questão que obseda um grupo de sismólogos congoleses; é a questão que pode decidir o destino de quase 1 milhão de pessoas. Quando vai ser a erupção do Nyiragongo?

O Nyiragongo, um imponente vulcão de mais de 3 mil metros de altura no extremo leste da República Democrática do Congo (RDC), é um dos mais ativos do planeta - e também um dos menos estudados. A principal razão são as constantes guerras no leste da RDC durante os últimos 20 anos, com massacres que transbordaram para a vizinha Ruanda. Hoje uma força de 20 mil homens, uma das maiores que a ONU mantém no mundo, sustenta uma paz frágil.

Na base do vulcão espraia-se a cidade de Goma, cada dia mais apinhada de refugiados que escapam das forças rebeldes e governamentais no interior do país. A estimativa é de que 1 milhão de pessoas vivam amontoadas ali. Por duas vezes em anos recentes, erupções do Nyiragongo lançaram lava sobre Goma. Em 1977 ela desceu a montanha a mais de 95 quilômetros por hora, uma velocidade inédita. Fez centenas de vítimas fatais, embora tenha endurecido antes de chegar ao centro. Até que, em 2002, o vulcão despejou mais de 11 milhões de metros cúbicos de lava nessa área. Destruiu 14 mil casas, enterrou prédios até o primeiro andar e forçou 350 mil pessoas a fugir. Mas essas duas erupções foram meros resmungos em comparação com a fúria potencial do Nyiragongo.

Uma das tarefas de Dario Tedesco é investigar essa possibilidade. Há 15 anos, esse vulcanólogo italiano empenha-se em chamar a atenção da comunidade científica para o Nyiragongo. Tedesco afirma não ter dúvida de que cedo ou tarde haverá uma erupção capaz de transformar Goma em uma nova Pompeia."Goma é a cidade mais perigosa do mundo", sentencia ele.

Em julho de 2010, Tedesco foi ao Nyiragongo com o vulcanólogo americano Ken Sims, um grupo de jovens cientistas e uma equipe de apoio que incluía seis guardas armados com fuzis Kalashnikov. Sua missão de três semanas era equivalente à de um médico ao avaliar um paciente que havia décadas não realizava nenhum exame. Os cientistas queriam fazer um levantamento completo da montanha, estudar suas rochas, extrair amostras de gases, decifrar suas tendências de comportamento. Esperavam elaborar o começo de uma resposta à questão do quando.

Chegar à borda no topo do Nyiragongo é moleza: Sims e Tedesco apenas seguem a lava. As erupções recentes não haviam sido do tipo clássico, conhecido como erupção pliniana, que jorra do topo do vulcão. Foram erupções de fissuras, como em um cano perfurado. Em 2002 a ruptura ocorreu 100 metros abaixo do pico de 3 470 metros. O Nyiragongo tem um encanamento intricado, espalhado como raízes de árvore, e, uma vez rompida a primeira junta, a pressão abriu rachaduras por todo o sistema, lançando rochas inclusive no centro da cidade.

A lava passou como um rolo compressor por florestas e bairros. Parecia que uma rodovia de dez pistas descera pelos flancos da montanha e atravessara a cidade. Embora a próxima erupção talvez siga um trajeto parecido, milhares de habitações - barracos de tábuas de eucalipto cortadas com serrote e de telhados de folhas metálicas - foram construídas bem em cima desse caminho de lava. Grileiros vendem por até 1 500 dólares lotes minúsculos que não são nada além de rochas de lava cercadas por muros de lava. E como se Goma não tivesse mais nada com o que se preocupar, o lago Kivu, de 2,5 mil quilômetros quadrados, esconde enorme concentração de dióxido de carbono e metano sob suas águas. Teoricamente, uma grande erupção poderia liberar esses gases e envolver a cidade em uma nuvem letal da qual ninguém sairia vivo.

Depois de um dia inteiro de subida, Sims e Tedesco chegam ao topo do vulcão, na borda árida e varrida pelo vento. Uma longa fila de carregadores traz o equipamento de acampar e escalar, os instrumentos científicos, a comida e a água. Precipícios com beiradas salientes levam a um vasto solo plano de lava endurecida meio quilômetro abaixo. Ali, dentro de uma gigantesca tigela formada por um cone de respingos de lava, uma visão assombrosa: um lago de magma.
Por Michael Finkel (Revista National Geographic Brasil).

Mata Atlântica perdeu uma área de 30 mil campos de futebol de floresta

Mata Atlântica, a cidade e a baía de Caraguatatuba (SP) - Foto: Alexandre Battibugli
A Mata Atlântica perdeu 311 quilômetros quadrados de floresta em dois anos, uma área maior que 30 mil campos de futebol. Os números são do Atlas dos Remanescentes Florestais da Mata Atlântica, divulgado hoje (26) pelo organização não governamental (ONG) Fundação SOS Mata Atlântica e o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).O atlas avaliou a situação de remanescentes da vegetação original em 16 estados que fazem parte do bioma: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Só o Piauí ficou de fora, por causa da indefinição das formações florestais naturais no estado.
Entre 2008 e 2010, a maior parte do desmatamento na Mata Atlântica ocorreu em Minas Gerais. No estado, foram derrubados 124 quilômetros quadrados de vegetação nativa. Bahia e Santa Catarina aparecem em seguida, com 77 quilômetros quadrados e 37 quilômetros quadrados a menos de florestas no período.
Os dados do Inpe e da SOS Mata Atlântica mostram que em todos os estados houve queda no ritmo do desmate nos últimos anos. Na comparação com o período avaliado pelo levantamento anterior, de 2005 a 2008, houve queda de 55% no ritmo da derrubada. No entanto, de acordo com a diretora de gestão do conhecimento da ONG, Márcia Hirota, é preciso manter os esforços para conservação do bioma, que atualmente só tem 7,9% da área que ocupava originalmente.
"Quase acabamos com a Mata Atlântica, o que ainda existe precisa ser preservado a qualquer custo. É preciso ficar alerta, porque, apesar da queda, as ameaças ainda são grandes. Ainda observamos desmates para reflorestamento [com espécies não nativas], para pastagens e para transformação em carvão", disse.
O atlas também aponta os municípios que mais desmataram a Mata Atlântica no biênio 2008-2010. Quatro dos cinco primeiros municípios do ranking são mineiros: Ponto dos Volantes e Jequitinhonha, na região do Vale do Jequitinhonha, e Pedra Azul e Águas Vermelhas, no norte do estado. Andaraí, na Bahia, completa o rol dos campeões de desmate.
"Nessa região, a mata foi derrubada para exploração de carvão, e agora as árvores estão sendo substituídas por eucaliptos", denuncia Márcia Hirota.

Por Luana Lourenço(Agência Brasil).

Lua tem 100 vezes mais água do que se pensava

Magma foi examinado por cientistas - Foto: Getty Images
Cientistas do Carnegie Institution for Science, nos Estados Unidos, descobriram que a Lua tem muito mais água do que se pensava.
Eles mediram o magma preso em cristais coletados durante a missão Apollo 17 e constataram que contém 100 vezes mais água do que o mensurado anteriormente.
Diferentemente da maioria dos depósitos de magma, as amostras retidas em vidro vulcânico não perdem umidade durante as erupções. Assim, fornecem as informações mais completas que se têm atualmente sobre a quantidade de água presente no interior da Lua.
Esses dados podem mudar o estudo da formação do satélite. Isso porque a baixa quantidade de elementos voláteis encontrados em sua superfície havia sido interpretada como prova de que a Lua se formou após grande impacto de alta temperatura.
Mas a nova pesquisa mostra que aspectos dessa teoria precisam ser reavaliados, para contemplar o novo índice de umidade do magma no interior do astro.
O estudo também foi uma peça-chave para explicar o gelo detectado em crateras lunares em diversas expedições recentes da Nasa. Ele havia sido atribuído ao impacto de cometas e meteoros, mas é possível que parte do gelo seja proveniente do vidro vulcânico.

Por Marcela Puccia Braz (National Geographic Brasil)

sexta-feira, 27 de maio de 2011

Destino de surpresas

Belas paisagens, rica gastronomia e edificações históricas fazem de Sergipe um destino que é puro fascínio
FOTOS: R. TRINDADE/CÉSAR DE OLIVEIRA/EDSON ARAÚJO
Menor Estado brasileiro em área, Sergipe fica localizado na região Nordeste e se mostra imenso em paisagens fascinantes, convidando o turista para uma viagem repleta de descobertas surpreendentes.

Sergipe é um dos mais interessantes destinos do País, um pródigo na revelação de belos pontos turísticos. O Estado oferece aos visitantes paisagens deslumbrantes, monumentos históricos e uma explosão de cores e sons nas manifestações populares.

O litoral do Estado, com belas praias de grande faixa de areia e águas mornas, apresenta estuários e manguezais, formando um espetáculo natural e encantador. Impossível não deslumbrar-se com o cenário diante dos olhos.

Aracaju, a capital brasileira da qualidade de vida, seduz com sua jovialidade, beleza e tranquilidade. Sol, praias, manguezais, ruas, avenidas e praças arborizadas se harmonizam para atrair e surpreender os visitantes.

No interior, o turista encontrará muita história, preservada nas ruas e construções das cidades de Laranjeiras e São Cristóvão, a quarta cidade mais antiga do Brasil e candidata a Patrimônio da Humanidade.

Em Sergipe, o visitante também poderá ter contato com a interessante cultura do Agreste brasileiro ao conhecer o sertão do Estado e navegar pelo belo Cânion do Xingó, o quinto maior cânion navegável do mundo.

Descubra Sergipe e explore, em um só lugar, a história, a cultura e o ecoturismo.

Roteiro de descobertas

Nos pequenos detalhes se conhece a verdadeira essência das manifestações, das posturas...O turista conhece Sergipe assim

A viagem pelo menor dos Estados brasileiros começa por Aracaju. A capital sergipana é cheia de surpresas. A cidade é cercada por belezas naturais e reúne história, cultura, artes e uma culinária deliciosa. Basta olhar em volta para se encantar. A orla é uma das mais bonitas do País. Para completar, hotéis, restaurantes e opções de lazer em uma estrutura preparada para receber turistas de todas as partes do mundo.

O passeio pela cidade é regado a muita água de coco, caranguejo e banho de mar nas praias de Atalaia, Aruana, Robalo, Náufragos, Refúgio e Mosqueiro. A visão da orla de Aracaju ao pôr do sol e, ainda, da Igreja da Colina Santo Antônio são verdadeiros espetáculos, sem falar no Mirante de 13 de Julho, a Catedral Metropolitana, o Centro de Arte e Turismo, o Palácio Museu Olímpio Campos e a Ponte do Imperador.

No Centro de Aracaju, o turista encontra o Mercado Municipal, onde concentram-se restaurantes, manifestações artísticas e rico artesanato. Durante o mês de junho é no local que acontece o Forró Caju, tradicional festa de forró e paixão. Já na orlinha do Bairro Industrial, o encanto reside na beleza do rio Sergipe e na grandiosidade da ponte que liga Aracaju à Barra dos Coqueiros.

A diversidade das manifestações culturais do povo sergipano é, sem dúvida, uma das belas e grandes atrações que o Estado tem para mostrar a seus visitantes. Nos teatros e casas de shows é possível apreciar as apresentações de dança, música e peças dos grupos locais. Do erudito ao popular, a boa música, tanto instrumental quanto vocal, é executada seja pela magnífica Orquestra Sinfônica e pela Orquestra San-fônica, formada por sanfoneiros sergipanos.

Seresteiros, bandas e trios de forró animam a vida noturna de Aracaju. E no interior é possível admirar o improviso dos aboiadores e violeiros repentistas, contagiar-se com a alegria das bandas de pífanos, sensibilizar-se com a religiosidade popular das novenas e cantar o refrão no balanço do coco de roda.

As galerias de arte da capital apresentam exposições individuais e coletivas, mostrando o vigor das artes visuais no Estado. Colecionadores e amantes das artes plásticas encontrarão trabalhos de alta qualidade entre pinturas, esculturas e xilogravuras.

Os museus espalhados pelo Estado também oferecem acervos com variedade de obras. Uma sugestão interessante é visitar o Museu Histórico de São Cristóvão e apreciar o painel Peri e Ceci (óleo sobre tela) do pintor sergipano Horácio Hora.

Aracaju é o centro onde todas as peças de artesanato sergipano são comercializadas. São vários pontos de venda pela cidade. Entre as peças encontram-se verdadeiras preciosidades que representam a criatividade do artesão e a capacidade de inovar sem que sua obra perca características tipicamente sergipanas.

A cerâmica de Santana do São Francisco, a 125 quilômetros da capital, reúne comunidades de artesãos. Na cerâmica figurativa destacam-se Beto Pezão e Judite Santeira. Na cestaria, herança indígena e africana, são confeccionados, entre outros, caçoas, balaios, cestas, bolsas, chapéus e esteiras. Mas, é em bordados e rendas que o artesanato sergipano ostenta grande produção. A renda irlandesa tem destaque em Divina Pastora. As rendas de bilro são produzidas no sertão.

Costa sergipana

A viagem prossegue por Sergipe e o turista chega ao litoral Sul, formado por praias calmas, de areias brancas e águas mornas. As praias de Caueira, Abaís, Praia do Saco, Pontal, Terra Caída e Ilha da Sogra são verdadeiros paraísos, com matas virgens e dunas de até 20 metros de altura.

Mas, as praias do litoral Norte não podem ficar de fora do roteiro. Comece pelas praias da Atalaia Nova, vá até Pirambu e passe pela Reserva Biológica Santa Isabel, pelo Projeto Tamar e por Lagoa Redonda. Siga viagem para o Pantanal de Pacatuba e o Povoado Cabeço, na foz do São Francisco, onde o rio encontra o mar.

Prepare-se para uma aventura sem limites. O destino é o sertão sergipano, com parada no Parque Nacional da Serra de Itabaiana. Depois de uma trilha emocionante e cachoeiras refrescantes, a parada é no Parque dos Gaviões, reserva com mais de 300 espécies aos cuidados de José Percílio. A área é aberta para visitações.

A viagem prossegue e o turista alcança Canindé de São Francisco. Ali, conhecerá o Museu Arqueológico, a Grota do Angico e os Cânions do Xingó, paisagens deslumbrantes que devem ser acompanhadas de refrescante banho no rio São Francisco.


Cidades Históricas
Uma viagem no passado sergipano

Sergipe possui um rico patrimônio histórico-cultural. Duas cidades históricas se destacam por serem verdadeiros museus vivos a céu aberto: São Cristóvão e Laranjeiras, cada qual com suas peculiaridades. A primeira é a quarta cidade mais antiga do Brasil e antecedeu Aracaju como capital sergipana.

A segunda ainda preserva seus antigos casarões, frutos de uma época áurea na qual a cidade, no auge do ciclo canavieiro, foi chamada de Atenas Sergipana. Laranjeiras abrigava, em séculos passados, uma vida econômica e sociocultural pulsante, com gabinetes de leituras, clubes de teatros e jornais.

Conhecer as cidades históricas de Sergipe representa uma viagem ao passado de seu povo. Ainda hoje, nas suas ladeiras de pedras, nas informações de seus museus ou em uma breve conversa com moradores mais antigos, a memória histórica é preservada para futuras gerações. Além do patrimônio material, as duas cidades históricas também são conhecidas por possuírem grupos folclóricos de tradição secular, que continuam cantando e recontando as histórias do passado em constante diálogo com o presente.

São Cristóvão fica a 25 quilômetros de Aracaju. Foi fundada em 1590 e é considerada a quarta cidade mais antiga do Brasil. Tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), preserva um conjunto arquitetônico colonial que encanta pela harmonia e é um verdadeiro mergulho no passado. Contrastando com a cidade baixa, era no alto de suas colinas que se edificava a sede do poder civil e religioso.

A ampla Praça de São Francisco, cujo centro ostenta um belo cruzeiro, apresenta um agrupamento arquitetõnico bem conservado, formado pela Igreja e o Convento de São Francisco, do século XVII, que hoje abriga o Museu de Arte Sacra; a Casa de Misericórdia, construção barroca e primeiro hospital da Província de Sergipe, e o Museu Histórico, antigo Palácio Provincial, onde se hospedou o imperador Dom Pedro II ao visitar a cidade, em 1860.

Na Praça do Carmo, o visitante encontra a Igreja Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, construída pelos jesuítas no século XVIII. No logradouro ficam ainda a Igreja e o Convento do Carmo, que abriga o Museu dos Ex-votos. No convento, hoje residência de freiras beneditinas, uma das atrações são os biscoitos feitos pelas religiosas e disputados pelos turistas.

Laranjeiras fica a 20 quilômetros ao Norte de Aracaju e é, assim como São Cristóvão, reconhecida como Patrimônio Histórico e Artístico Nacional. Surgiu com a ocupação do Vale do Cotinguiba, região marcada pelo grande número de engenhos e o plantio de cana-de-açúcar.

São muitos os locais dignos de visitação: a Igreja de Nossa Senhora da Conceição de Camandaroba, uma construção jesuíta do século XVIII, verdadeira obra-prima da arquitetura colonial, localiza-se a um quilômetro da sede. Já a Igreja Matriz Sagrado Coração de Jesus - também do século XVIII - fica no centro urbano e foi construída para a aristocracia do açúcar. Possui um dos poucos órgãos de tubos existentes no Brasil.

Saiba mais

Localização
Aracaju, capital de Sergipe e principal porta de entrada do Estado , fica localizada a 1.183 quilômetros de Fortaleza

Como chegar
De carro - Acesso, a partir de Fortaleza, pela BR 116 ou CE 040, mais BR 304 e BR 101
De ônibus - A empresa Expresso
Guanabara (0800.7281992) liga Fortaleza a Aracaju
De avião - As principais companhias aéreas que operam no Aeroporto Internacional Pinto Martins ligam Fortaleza a Aracaju, mas não são disponibilizados voos diretos

Informes turísticos
www.turismosergipe.net
www.turismo.se.gov.br

Disque Turismo - (79) 3179.7553
Funcaju/Turismo Aracaju - (79) 3179.3682
Bureau de Informações Turísticas - (79) 3214.8848

Fonte: Caderno Turismo do Jornal Diário do Nordeste.

quinta-feira, 26 de maio de 2011

MMA lança obras de referência na Semana da Mata Atlântica

Nesta Semana Nacional da Mata Atlântica, o Ministério do Meio Ambiente, um dos organizadores do evento, vai apresentar uma série de publicações que tratam de diversos assuntos de alta relevância. O lançamento oficial será no primeiro dia do evento, nesta quarta-feira, (25/5), às 19h. Mas poderão ser encontradas durante o seminário que irá até sexta-feira, 27/5), no Auditório do Canal da Música, em Curitiba.
As publicações foram organizadas por técnicos do Ministério, consultores e contam com o apoio do Projeto Proteção da Mata Atlântica II (MMA, GIZ, Kfw e Funbio). O livro Pagamentos por Serviços Ambientais na Mata Atlântica - Lições Aprendidas e Desafios, por exemplo, traz projetos e experiências de arranjos de Pagamento por Serviços Ambientais (PSA). O trabalho contou com a coordenação temática de experientes profissionais da área: Peter H. May (PSA por fixação ou redução da emissão de carbono), Fernando Veiga (conservação da água) e Susan Seehusen, André Cunha e Arnoldo Freitas Jr. (conservação da biodiversidade).
Já Áreas de Preservação Permanente e Unidades de Conservação X Áreas de Risco - O que uma coisa tem a ver com a outra? é fruto de um levantamento das áreas da Região Serrana do Rio de Janeiro logo depois de ser atingida pela tragédia das chuvas de janeiro de 2011. Evidencia a importância das Áreas de Preservação Permanente (APPs) e das Unidades de Conservação (UCs) na minimização dos impactos provocados por chuvas torrenciais. A obra compara com imagens de satélite e fotografias aéreas a situação da região antes e depois das enchentes e deslizamentos. Deixa clara a estreita relação entre a ocupação desordenada e ilegal de APPs e os prejuízos econômicos, sociais e ambientais.
Com o financiamento do Projeto Proteção Mata Atlântica II também foi produzido o Mapa de Unidades de Conservação e Terras Indígenas na Área de Aplicação da Lei da Mata Atlântica. A carta foi editada pelo MMA e contou com a colaboração da Fundação Nacional do Índio (Funai), The Nature Conservancy (TNC), Confederação Nacional de Reservas Particulares do Patrimônio Natural (RPPNs). A publicação, que em formato aberto mede um metro por 70 centímetros, é acompanhada de um DVD com este e diversos outros mapas em PDF e arquivos poligonais (shapefiles).
Outra obra apropriada - ainda mais em tempos de preparativos para a Copa do Mundo - é Contribuição das Unidades de Conservação para a Economia Nacional. O livro revela o potencial econômico das UCs - áreas naturais protegidas pelo poder público com o objetivo de manter recursos naturais importantes. A pesquisa aponta que as reservas contribuem muito para o aquecimento da economia, não só do local, mas da região. A visitação nas UCs federais e estaduais pode alcançar um público de cerca de 20 milhões de pessoas em 2016, o que geraria uma renda de R$ 2,2 bilhões nesse mesmo ano. Já os 67 parques nacionais têm potencial para gerar entre R$ 1,6 bilhão e R$ 1,8 bilhão por ano.
Mas isso acontecerá somente se o potencial dessas UCs for explorado. O livro traz estudos recentes sobre o potencial econômico das UCs nos campos de serviços ambientais, recursos hídricos e receitas tributárias como o ICMS Ecológico.
Além desses trabalhos, o MMA vai lançar o livro Mata Atlântica Patrimônio Nacional dos Brasileiros em um DVD com outros títulos editados pelo Ministério. A mídia contém ainda uma complilação da legislação ambiental, cartazes, mapas e outras informações importantes e atualizadas sobre a Mata Atlântica, como planos de ação para conservação de espécies ameaçadas.
Todos os lançamentos serão disponibilizados em breve no site do MMA. Os interessados em obter os produtos apresentados na Semana Nacional da Mata Atlântica deverão enviar uma solicitação com uma justificativa para o endereço cid@mma.gov.br.


Fonte: Silvia Marcuzzo para a Semana Nacional da Mata Atlântica

Baixa vacinação contra aftosa preocupa governo do Ceará

No lançamento da primeira etapa de imunização, o secretário Estadual de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, destacou que a meta é cobrir 90% do rebanho
FOTO: ADRIANA PIMENTEL
 Desde o início da semana, técnicos intensificam visitas e fiscalizações entre pecuaristas no interior

Iguatu Na próxima terça-feira, dia 31, termina a primeira etapa da campanha de vacinação contra a febre aftosa. No Ceará, um relatório parcial de ontem pela manhã, da Agência de Desenvolvimento Agropecuária (Adagri), mostrava que apenas 34% do rebanho foram vacinados contra a doença. O secretário de Desenvolvimento Rural, Nelson Martins, disse estar preocupado com o quadro e fez um apelo para que os criadores vacinem os animais dentro do prazo, que não será prorrogado.

Desde o início desta semana, técnicos da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), da Adagri e da Ematerce intensificaram as ações no campo para tentar para ampliar o índice de imunização. É um trabalho contra o tempo. Visitas, fiscalização, reuniões com sindicatos e associações comunitárias e entrevistas em emissoras de rádio fazem parte do plano estratégico para sensibilizar e alertar os criadores sobre a importância da vacinação contra a aftosa.

O Ceará tem cerca de 2,5 milhões de bovinos e 140 mil criadores. A luta é para alcançar a meta que é de 90%. "O Ceará quer alcançar, no segundo semestre deste ano, a classificação de zona livre da febre aftosa com vacinação", disse o secretário Nelson Martins. "Esperamos a adesão dos criadores, mas medidas punitivas serão aplicadas para quem não vacinar".

O presidente da Adagri, Augusto Júnior, explicou que há dados ainda não lançados no sistema de monitoramento, pois alguns criadores já vacinaram, mas ainda não foram às unidades do órgão ou da Ematerce fazer o cadastro da imunização. "Em comparação com o mesmo período do ano passado, estamos com 5% acima e por isso acreditamos que vamos atingir a meta", acredita. Mesmo assim, Augusto Júnior reafirmou que as ações foram intensificadas para melhorar a cobertura no Estado.

A Adagri é o órgão responsável pela execução do Plano Nacional de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa no Ceará. "A vacinação é uma questão de consciência porque, por afetividade, as pessoas vacinam os cães e, por proteção, os filhos", comparou. "Os bovinos representam para os produtores investimento, lucro, mas muitos rejeitam o ato de vacinar". Para o Estado, a atividade pecuária tem significação econômica fundamental. O secretário de Desenvolvimento Agrário, Nelson Martins, o presidente da Adagri, Augusto Júnior, o coordenador do Programa de Erradicação da Febre Aftosa, Joaquim Sampaio, e todos os servidores da SDA, Adagri e Ematerce estão engajados para que o Ceará alcance a meta de, pelo menos, 90% do rebanho vacinado.

Missões

Martins lembra que o Ceará, para este ano, tem duas missões. A primeira é alcançar pelo menos um índice de 80% de vacinação contra aftosa. A segunda é melhorar a infraestrutura de funcionamento dos escritórios regionais e locais da Adagri. "São dois desafios que vamos enfrentar e vencer", disse. "Precisamos ter agilidade na fiscalização para detectar e debelar qualquer foco de doença com rapidez". O Ministério da Agricultura e Pecuária vai investir no Estado R$ 15 milhões para aquisição de equipamentos e a contrapartida do Governo Estadual será a contratação de pessoal. Para Nelson Martins, o brasileiro mantém a postura cultural de deixar para última hora a vacinação. "Isso nos deixa preocupado, mas estamos acreditando que vamos superar a meta".

No segundo semestre de 2010, de um total de 140 mil criadores, 36 mil ficaram inadimplentes com a vacina contra a aftosa. Resultado: todos foram notificados em apenas 45 dias e 60% regularizaram a situação. Quem não cumpre com o prazo de vacinação sofre consequências: a imunização compulsória do rebanho, multa no valor de R$ 13,43 por cabeça, a fazenda poderá ser interditada e ainda ter o nome incluído na Dívida Ativa do Estado.

"O nosso objetivo não é punir, somos parceiros dos produtores rurais, mas se for preciso vamos cumprir a lei", frisou Augusto Júnior.

Fique por dentro  
Menores índices

De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), relativos ao registro na manhã de ontem, as regiões com índices mais baixos de cobertura eram Sertões de Crateús com 24,9%; Metropolitana, com 26,6%; Sertões de Canindé, com 28,3%; e Ibiapaba, com 28,1%. As duas com maiores taxas eram Cariri Oeste, com 42,4%; e Extremo Norte, com 40,35%. É importante lembrar que a febre aftosa é uma doença contagiosa, causada por um vírus de rápida multiplicação. O animal infectado apresenta feridas na boca, nos lábios, nas tetas e nos cascos. Os bichos também se afastam do rebanho, babam, não comem e não bebem água. O prejuízo é grande.

MAIS INFORMAÇÕES
Agência de Defesa Agropecuária do Ceará (Adagri)
Telefones: (85) 3101. 2500
Escritórios regionais da Ematerce

HONÓRIO BARBOSAREPÓRTER

Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.

quarta-feira, 25 de maio de 2011

Vestibulando!

(UFT) A modernização na agricultura tem estreitado as diferenças entre o campo e a cidade no Brasil. Tomando como exemplo os bóias-frias em São Paulo e as manifestações, do MST nas principais cidades de todas as regiões do país, desse modo é INCORRETA a compreensão de que:

a) Há um "novo" rural no Brasil.
b) As lutas dos movimentos sociais no campo, a partir da Nova República, têm se constituído como relações arcaicas de produção e estão percorrendo o caminho inverso ao desenvolvimento da agricultura moderna brasileira.
c) O governo federal não consegue avançar nas realizações de políticas públicas em favor dos pequenos agricultores.
d) O espaço urbano se transforma em lugar de visibilidade para as lutas dos camponeses pela reforma agrária.


(UEL) Sobre o tema "transformações recentes do espaço agrário brasileiro", é correto afirmar:

I. A Brachiária ocupa muito bem os terrenos bem drenados, independente da topografia ou do tipo de solo, em áreas com tipo climático Equatorial, sem seca ou superrúmido, onde ocorre sua expansão com grande rapidez, nas planícies de inundações do rio Amazonas, e a vantagem de ser uma palmácea bastante apreciada pelo gado bovino.
II. A Brachiária ocupa muito bem os terrenos bem drenados, independente da topografia ou do tipo de solo, em áreas com tipo climático Tropical, quente e úmido ou semi-úmido, onde ocorre sua expansão com grande rapidez, e a vantagem de  ser uma herbácea bastante apreciada pelo gado bovino.
III. A introdução das espécies do gênero Brachiaria, foi bem aceita para alimentação do gado bovino. Esta herbácea possibilitou o aumento da taxa de lotação, que na década de 1960-1970 era de 0,25 animal/ha, passou para 0,9-1,0 animal/ha; ao mesmo tempo o ganho de peso foi em média 2 a 3 vezes maior do que o obtido em pastagens nativas.
IV. A Brachiária, cujas sementes foram importadas da África, teve sua introdução nas pastagens brasileiras pela grande facilidade em se adaptar aos solos e climas brasileiros. Transformou grandes extensões de áreas nativas em pastagens cultivadas nas planícies de inundação dos pantanais das bacias dos rios Paraguai, Guaporé e Araguaia.

Assinale a alternativa que contém todas as afirmativas corretas.
a) I e II.
b) II e III.
c) III e IV.
d) I, II e IV.
e) I, III e IV.

As respostas das questões postadas no dia 19/05/11 são respectivamente: A e C.

segunda-feira, 23 de maio de 2011

Virada Sustentável terá exposição de fotos da Amazônia

Uma das images da exposição O  Futuro da Amazônia - Foto: Araquém Alcântara
O Planeta Sustentável estará presente durante a Virada Sustentável, que será realizada em São Paulo nos dias 4 e 5 de junho, com a exposição O Futuro da Amazônia, que exibe fotos de Araquém Alcântara, publicadas na edição especial sobre o bioma que a revista National Geographic Brasil, da Editora Abril, lançará ainda este mês.

A seleção revela imagens surpreendentes que retratam povos originais da floresta - como os índios zo'es, que vivem na reserva Frente Etnoambiental de Cuminapanema, no Pará -, a criança que se diverte à beira do Rio Negro, afluente do rio Amazonas, ou a menina de etnia tucana que volta para a sua aldeia depois do trabalho em uma roça de mandioca.

A biodiversidade local também estará exposta. Há fotos de peixes tucunarés, do rio Jufari, e o boto-cor-de-rosa, animal mítico e ameaçado de extinção por sua carne servir de isca para pesca de bagre. Também serão expostas fotos panorâmicas da floresta, de pesquisadores em meio às árvores, de palafitas da periferia de Manaus - que mostram a urbanização desordenada da região - e outra que mostra o uso dos rios como meio de subsistência em remotas regiões da Amazônia.

As imagens ficarão expostas na estação Vila Madalena do metrô, durante seu horário de funcionamento, não só nos dois dias do evento, mas até 30/06.

A exposição organizada pelo Planeta Sustentável faz parte das mais de 300 atrações gratuitas do evento que têm como objetivo disseminar informação sobre temas relacionados a sustentabilidade como direitos humanos, mobilidade urbana, meio ambiente e saúde, entre outros.

A Virada Sustentável conta com o apoio das Secretarias municipais e estaduais do Meio Ambiente, que abrirão os parques da cidade em horário estendido, e da Secretaria Especial dos Direitos da Pessoa com Deficiência, que faz um levantamento da necessidade de sinalização e inclusão de deficientes para os dias de evento.

As atividades começam no sábado às 8h com práticas de yoga e meditação em diversos parques. "A ideia é pulverizar a programação para que as atividades cheguem àqueles que não estão na região central da cidade e também para evitar grandes locomoções", afirma o jornalista e organizador do evento André Palhano. Bairros periféricos como Capão Redondo e Belém abrigarão atividades. A expectativa é a de que 2 milhões de pessoas participem da iniciativa.

Também serão realizadas apresentações de música, dança e teatro; oficinas de jardinagem e toy art; instalações; mostra de cinema; narração de história para crianças; passeios e jogos. Algumas atrações começarão um pouco antes do dia 4 de junho, como:

- a apresentação do Homem Refluxo, feita pelo artista Peri Pane e outros seis performistas. Eles caminharão pela cidade a partir do dia 30 de maio vestindo uma capa, chamada de ParangoLixoLuxo, que armazena lixo (inorgânico) produzido durante uma semana. Eles chamarão a atenção da população e conversarão com paulistanos sobre o descarte de lixo em centros urbanos. No final de semana da Virada, Peri e os outros Homens Refluxos estarão no Parque Ibirapuera e da Água Branca para apresentar o resultado da interação com o público;
-
o Jogo da Cidadania, que começará a capacitar, nesta semana, universitários cadastrados em uma rede social para questões de diferentes áreas do empreendedorismo social. Coordenado pela Rede Sinapse e pela Fundação Getúlio Vargas, o jogo lançará desafios para os estudantes. As dez melhores propostas de cada tema serão chamadas para desenvolver, presencialmente durante a Virada, seus projetos.

Outras atividades começarão junto com a Virada Sustentável e, depois, terão continuidade. É o caso da exposição Somos Terra, que estimulará, de forma lúdica e sensorial, o sentimento de ligação do homem com a natureza. A exposição, que será montada na sede da Umapaz, no Ibirapuera, será composta por instalações sobre a vida, a água e a floresta que trarão cores, luzes, sons e cheiros de elementos da natureza. Somos Terra ficará exposta até o dia 10 de setembro e deverá receber cerca de 20 mil alunos de escolas públicas, que depois da visita ganharão um livro com o conteúdo apresentado.

Outros destaques da programação são:
- o Jogo dos Sentidos, na Praça Victor Civita, promovido pelo Instituto Verdescola, em que os participantes serão vendados para sentir materiais relacionados ao cotidiano e também à Praça Victor Civita. A atividade, marcada para a manhã do sábado, também terá plantio de mudas;

- a nova exposição do artista plástico Nido Campolongo, que reutiliza materiais que seriam descartados em suas obras. Nido mostrou seu belo trabalho na cenografia do Planeta no Parque, realizado no começo do ano pelo Planeta Sustentável, em que reutilizou papelão para criar uma verdadeira floresta (leia Cenário de papelão cria linda floresta lúdica). Na Virada Sustentável, o artista apresentará, em seu estúdio no bairro Higienópolis, mobiliários e peças de design, entre elas uma instalação feita com medidores de água residenciais descartados.

A programação completa estará disponível no site da Virada Sustentável a partir do dia 30 de maio, e foi montada com o auxílio de um Conselho Curador, composto por profissionais da área, que também decidiu sobre questões éticas ligadas ao evento, como a não participação de empresas de bebidas alcóolicas, tabaco ou armamento. Todas as atividades serão financiadas por empresas ou instituições, não haverá recurso público envolvido.

A sustentabilidade não será apenas o tema da Virada. Faz parte da programação o incentivo ao uso de transporte público, a gestão para o descarte de resíduos que a população produzir e a compensação das emissões de gases do efeito estufa, que será feita por meio do plantio de árvores. "Vale lembrar que a Virada Sustentável tem o apoio de organizações como a WWF-Brasil, a SOS Mata Atlântica, o Instituto Akatu e a Carta da Terra. Trata-se de um movimento da própria sociedade, não apenas um evento", disse André.

A ideia é que esta primeira edição da Virada Sustentável dê origem a outros eventos semelhantes, mas de menor parte, que serão realizados ao longo do ano em praças, ruas e parques, não só de São Paulo, como também de outras cidades do interior do Estado. A sustentabilidade será cada vez mais acessível e prazerosa.

Por: Marina Franco e Mônica Nunes (National Geographic Brasil).

Primeira escola ecológica do país é inaugurada no RJ e

Quadra do Colégio Estadual Erich Heine, no Rio de Janeiro - Foto: Getty Images
A primeira escola ecológica do país foi inaugurada na sexta-feira (20) em um dos bairros mais carentes do Rio de Janeiro, Santa Cruz, zona oeste da cidade.
O Colégio Estadual Erich Walter Heine tem instalações que captam a água da chuva para ser usada nos sanitários, jardins e na limpeza da escola, com economia de 50% da água potável. As lâmpadas LED em todo o edifício reduzem em até 80% o consumo de energia.
O formato de cata-vento da construção e o telhado verde reduzem a temperatura, em uma região em que ela ultrapassa 40 graus Celsius no verão. A escola está entre as 121 instituições no mundo com certificação Leed Schools (de liderança em energia e design ambiental) e é a primeira escola de ensino médio profissionalizante da região, que tem um dos menores índices de desenvolvimento humano do município.
A iniciativa faz parte de um convênio entre o governo do estado e a empresa Thyssenkrupp CSA. O investimento de R$ 11 milhões foi arcado integralmente pela siderúrgica, a maior da América Latina. O diretor de Sustentabilidade da empresa, Luiz Cláudio Castro, explicou que a construção da escola estava prevista no projeto de compensação por liberação de carbono, e que a ideia de uma construção sustentável surgiu para contribuir para reduzir os gases de efeito estufa.
Desde fevereiro, cerca de 200 alunos estudam na escola, que foi oficialmente inaugurada na sexta-feira (20) com a conclusão da piscina e da quadra poliesportiva. O estudante Leonardo Andreol, 15 anos, passou na prova seletiva para o colégio que oferece especialização em administração, com um computador por aluno e lousas digitais, com acesso à internet. "É uma escola diferente e aqui estou aprendendo que se a gente não conservar a natureza agora vai ficar bem difícil para as próximas gerações".

Por: Flávia Villela (Agência Brasil)

domingo, 22 de maio de 2011

Arte do Ceará na Alemanha


Os bonecos gigantes de Aracati, feitos por Hélio Santos, vão visitar a Europa, no "Carnaval das Culturas"

Limoeiro do Norte Há pelas ruas de Aracati um colorido para além do azulejo dos casarões antigos. Têm pernas, braços e cabeças bem grandes. Têm alegria e movimento. Os "cabeçudos", bonecos gigantes feitos pelo artista plástico Hélio Santos, agora vão colorir as ruas de Berlim, na Alemanha. Com mais de 50 anos de carreira, o ´mestre´ dos bonecos não para de produzir em seu ateliê, e embora seja um dos protagonistas da história cultural de Aracati, ainda é sustentado pelo que suas próprias mãos são capazes de fazer.

Alguns dos bonecos produzidos por suas mãos vão atravessar o Oceano Atlântico até o velho continente. Participar do "Carnaval das Culturas", uma festa que reúne mais de 100 grupos folclóricos de vários países do mundo. O Brasil sempre tem seus representantes, e daqui vai parte do bloco dos cabeçudos, com seu "universo negro", uma homenagem à negritude brasileira que está em negros, índios e brancos. Para Hélio, é como se as cores de pele e traços étnicos fossem baldes de tinta. O seu trabalho começa quando terminam as diferenças. Tudo se mistura e colore.

Autodidata


Hélio Santos, 66 anos, é daqueles homens que dedicam sua vida à arte e vive de um tostão. A vida inteira na mesma cidade, faz de tudo um muito, afinal, artista não se dá ao luxo de limitar o significado do termo: autodidata, ainda criança gostava de pintar, e criava seus próprios brinquedos. Com 15 anos já pintava com óleo sobre tela, e ali já retratava seus anseios de menino do Aracati. Suas ideias plásticas também deram origem a bandeiras, estandartes, esculturas, cenários e bonecos.

"Quando era mais jovem diziam que fazer arte não iria me dar dinheiro. Mas eu queria era fazer o que me dava vontade. Continuo pobre, mas fazendo o que eu quero", relembra Hélio Santos. O teatro de bonecos é uma de suas vertentes mais originais. É o que lhe dá reconhecimento, enquanto fazer restauração de imagens de santo é o que lhe dá sustento.

Roda o Estado do Ceará, solicitado para recuperar os ´santos´, resgatar o semblante de novo. Também tem ficado conhecido pela produção de réplicas dos casarões de Aracati, onde moraram importantes personagens da História do Ceará. O destaque fica para réplicas de detalhes das casas, como os vitrais, janelas e varandas.

Figurinista


E a criatividade com bonecos de papel machê foi levada para o Grupo de Teatro Lua Cheia, também de Aracati, atuando como cenógrafo e figurinista. Ao fundar o Teatro de Bonecos Francisca Clotilde, Hélio Santos ganhou cadeira cativa na oficina do lúdico infantil. E os bonecos são tão queridos, sejam os gigantes "cabeçudos" ou os de manipulação direta, que protagonizam espetáculos musicais.

Para o "Carnaval das Culturas" só irá pouco mais da metade do seu bloco de 30 bonecos. A Alemanha não é bem ali, e o translado demanda custo. Encabeçados pelo apoiador cultural e médico Valdir Menezes, a comunidade aracatiense foi envolvida na campanha para fazer "dar certo" a viagem de Hélio e seus bonecos. Para isso tanto vale pedir a "gente de posse" que conhece o trabalho do artista plástico como realizar bazares aos fins de semana.

Ateliê


Enquanto não chega a hora de ir para Berlim, Hélio segue trabalhando todos os dias no seu ateliê. "É uma bagunça só, se você for lá fotografar eu preciso dar uma arrumadinha", diz do seu próprio cenário. Mas seu ateliê não é bagunçado, é humilde, feito o dono. Para lhe extrair uma informação biográfica, "tenha zé", pois ainda tenta passar a ideia de que não faz nada incomum, como se fosse para qualquer um apresentar seus bonecos no carnaval da Avenida Domingos Olímpio, em Fortaleza, bem como o teatro de bonecos no Dragão do Mar e no Theatro José de Alencar. Com 50 anos de carreira, nos mais diversos segmentos das artes plásticas, vivendo em sua casinha, recuperando imagens sagradas, pintando réplicas dos casarões, criando em seu ateliê e dando oficinas para crianças e jovens, Hélio Santos não deseja ficar rico. "Eu só quero viver muito sempre fazendo o que gosto". Arte!

Fique por dentro
Intercâmbio


O "Carnaval das Culturas" foi criado em 1996 pela Werkstatt der Kulturen (WdK, em português, oficina das culturas). Na sede no Bairro de Neukölln, a instituição oferece espaços de trabalho para profissionais da música, dança, teatro e literatura de diferentes origens. Ali, cidadãos alemães e de outras nacionalidades, culturas e religiões se encontram para desenvolver projetos que busquem promover o intercâmbio e a expansão cultural dos povos imigrantes na capital alemã. Música, dança, teatro, acrobacia, artesanato, esporte, comidas típicas e vários idiomas marcarão a 16ª edição do "Carnaval das Culturas", que todos os anos atrai um milhão e meio de pessoas. O maior destaque do evento é o desfile com carros alegóricos e trajes folclóricos, cerca de 4,5 mil pessoas representando 70 nações. É lá que Brasil, Ceará e Aracati estarão representados.

MAIS INFORMAÇÕES

Artista plástico
Hélio Santos
Telefone: (88) 8809.6567
Município de Aracati

ORGULHO
Moradores apoiam e incentivam viagem


Aracati Não só a comunidade artística como moradores da Rua Coronel Alexanzito, a "Rua Grande", empresários e comerciantes apoiam Hélio Santos e os bonecos cabeçudos do bloco Universo Negro no "Carnaval das Culturas", mês que vem na Alemanha. A festa reúne mais de 100 grupos, blocos e cordões de dezenas de países. O Brasil será representado por três blocos, e os bonecos de Aracati integrarão o "Sapo Caiu no Samba". O evento celebra o Dia de Pentecostes.

Nove de junho será o grande dia. Os brasileiros que moram na Alemanha terão como ilustres convidados Hélio Santos e seus bonecos. Num dia de confraternização dos povos, celebrando o Dia de Pentecostes, o "Carnaval das Culturas", em Berlim, capital da Alemanha, é um encontro de nacionalidades, credos e cores. Berlim é a cidade Alemã com maior número de estrangeiros (quase meio milhão), e foi desta diversidade étnica e cultural que nasceu a ideia da festa.

Grupos, blocos e cordões de dezenas de países desfilarão num percurso de sete quilômetros. É uma forma de destacar os usos, costumes, ritmos e tradições de boa parte do mundo. É uma "festa da tolerância" já consolidada no calendário do povo alemão. Hélio não sabe falar alemão, ou inglês, mas vai falar com clareza e dar o seu recado pelo ritmo cadente de seus bonecos gigantes, ele próprio vestido em um e outros amigos nos demais. Na tez das cabeças, esculpidas e pintadas, as cores do povo brasileiro. Mas até que chegue o grande dia, todos os outros são de campanha para arrecadar fundos para viagem.

A divulgação está encabeçada pelo médico Valdy Menezes, que teve a ideia de levar os bonecos para o evento. "Já falei com muitos amigos, pessoas que têm interesse em apoiar, e vamos unindo forças, até lá vamos conseguir". Dono de um casarão na "Rua Grande" que de tão enorme cedeu todo o espaço do térreo para o "Teatro Hélio Santos" e o Núcleo de Animação de Aracati (Animaraca). Lá são produzidos filmes em desenho animado e massinha pelos próprios jovens de Aracati. No teatro, tem apresentação com atores "de verdade" e bonecos de manipulação. Sem se anunciar, o casarão virou centro cultural.

"Tem muita coisa interessante e importante que sai das mãos e da cabeça dos artistas locais, mas não há apoio do poder público, falta valorização", diz Menezes, que embora more em Fortaleza (é diretor do Hospital César Cals) vai todo fim de semana para o casarão.


Bonecos cearenses farão sucesso internacional

Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.

Livro em respeito à diferença

As ilustrações do "semeadores da vida" foram feitas por Juarez Soares, aluno da Apae de Juazeiro do Norte. Trata do "reino da alegria"
FOTO: DIVULGAÇÃO
Livro infantil, da psicóloga Luciana Leite, tenta tratar as diferenças como uma maneira de respeitar as diversidades

Fortaleza "Semeadores da vida" é a primeira obra literária da psicóloga Luciana Coelho Leite Sampaio, ilustrada por Juarez Soares, aluno da Apae de Juazeiro do Norte. É um livro que cabe como luva dentro da literatura infantil moderna, abordando com sensibilidade e profundidade a descoberta de um mundo mais bonito baseado no respeito à diversidade e no auto-conhecimento.

A história se passa no Reino da Alegria, governado pela Rainha Amada e banhado pelo Rio Vida, que tomado pela Feiticeira Miragem, transforma-se no Vale da Solidão. Neste, só a dor, o sofrimento e a tristeza tinham espaço e a única forma para as pessoas que lá viviam sentirem-se felizes era consumindo os Grãos de Ilusão, fabricados pela feiticeira. No Vale existia a escola "Saberes do Tempo" e nela estudava um grupo de jovens que buscava, junto com a Tutora Empatia, uma forma de trazer a alegria de volta ao reino. Quando tal grupo se depara com uma criança especial, chamada Vida, inicia uma viagem pela Ponte da Sabedoria Interior que lhes revelará o segredo para sentirem-se felizes novamente. " ´Semeadores da Vida´, por meio de seus personagens encantados, nos remete aos arquétipos mais profundos da nossa personalidade, nos transporta para o mundo do ´era uma vez´ e nos faz sonhar com um ´feliz para sempre´. Seu conteúdo questiona ética, moral, valores, exclusão social, drogas, preconceitos; exalta a diversidade, a arte, a busca pelo autoconhecimento como fonte de alegria, de união e respeito pelo outro, pelo diferente", diz Luciana.

A escritora trabalha na docência do Ensino Superior há oito anos e, há três, leciona algumas disciplinas no curso de Psicologia da Faculdade Leão Sampaio. "Para minha grande satisfação, fui responsável por orientar um grupo de dez estudantes deste curso na Apae de Juazeiro do Norte". A trajetória destes jovens na referida instituição foi tão positiva que, ao final do período de estágio, ela resolveu narrar, em forma de conto infantil, todo o processo de amadurecimento pessoal e profissional do grupo despertado pelos alunos da Apae. O trabalho foi apresentado dentro e fora da Faculdade, recebendo inúmeras manifestações de apoio, estimulando o desejo de passar os ensinamentos adquiridos desta experiência para aqueles que ainda não conhecem o verdadeiro significado de ser "especial". O grupo de estagiários continuou sob sua supervisão na Apae, agora fazendo parte de um projeto de extensão já chamado "Semeadores da Vida". Daí a ideia de transformar o conto em livro.

MAIS INFORMAÇÕES
"Semeadores da vida"
Autora, psicóloga, Luciana Coelho Leite Sampaio
Telefone: (88) 9961.6141

Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.

Apicultores do CE comemoram safra de 300 t

Os produtores de mel de abelha estão motivados e alguns já pensam em ampliar a atividade na região. O clima entre eles é de expectativa
Diferentemente de 2010, o quadro atual é animador. Neste ano, a colheita deve se prolongar até junho

Iguatu Os apicultores da região Centro-Sul comemoram a produção de mel de abelha, que deve chegar a uma colheita de 300 toneladas, na safra deste ano. As boas chuvas que banham as áreas produtoras desde janeiro passado favorecem a florada da Caatinga e contribui para o aumento da produção nas colmeias.

Diferentemente de 2010, o quadro atual é animador. Ano passado, a estiagem provocou queda na produção de mel de abelha e a região colheu menos de 100 toneladas do produto. Neste ano, a colheita começou cedo, em janeiro passado, e deve se prolongar até junho. "A safra será três vezes maior, em relação ao ano passado", diz o presidente da Associação Iguatuense de Apicultores (AIA), Júnior Cézar Ferreira Lima.

O mercado é favorável. Os associados da AIA já venderam 20 toneladas de mel para uma empresa exportadora, localizada na cidade de Bebedouro, no Interior de São Paulo. De lá, o produto chega aos centros consumidores da Europa. "Em junho, vamos vender mais 30 toneladas", anunciou Júnior Lima.

Atualmente, o quilo do produto é comercializado por R$ 3,60. O preço em face do aumento da oferta está inferior 60 centavos ao valor praticado em 2010, quando houve queda na safra e redução dos estoques. Entretanto, os apicultores estão satisfeitos. "O valor atual permite um bom lucro em comparação com outros produtos da agricultura", observa Júnior Lima.

Na região Centro-Sul, os principais produtores são Iguatu, Acopiara, Catarina, Jucás, Cariús e Quixelô. Desde o início da década passada que a produção é crescente. Produtores individuais de médio e grande porte e pequenos criadores, associados em grupos, estão motivados a ampliar a atividade produtiva.

O presidente da AIA, Júnior Lima, observa que graças à liberação de recursos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) por meio do programa de crédito Desenvolvimento Regional Sustentável (DRS) do Banco do Brasil e o apoio do Sebrae com oferta de orientação técnica e consultoria, a apicultura vem crescendo na região.

O consultor do Sebrae, Francisco Luis Dondi Neto, dá orientação técnica aos associados da AIA e a outros grupos de produtores na região. "Apesar da falta de incentivo de órgãos públicos, a atividade está em expansão, ganhando força. Não impede que o produtor tenha outras atividades regulares".

Dondi Neto reforça que o mercado é favorável e a atividade é lucrativa, além de favorecer a proteção ao meio ambiente, mantendo as matas nativas. "O principal do setor é a falta de adequada infraestrutura para beneficiamento do produto", observa. "No verão, ocorre perda de enxames por falta de manejo adequado".

Exemplos

Na região, há bons exemplos de produtores que crescem de forma individual ou em grupo. Próximo ao Distrito de Caipu, em Cariús, Edmar Bezerra é um deles. Dedica-se à atividade e alcançou boa produtividade. No Sítio Tapera, em Quixelô, o destaque é a produção associativa.

Pequenos agricultores viram na apicultura a possibilidade de ampliar a renda e passaram a produzir mel de abelha, a partir da formação de um grupo. A produção associativa no Sítio Tapera é modelo e exemplo para outras comunidades. "Facilita a aprovação de projeto de financiamento e a formação técnica", diz o consultor Dondi Neto. "Um incentiva o outro, troca informações e há melhores condições de acompanhamento e orientação aos associados". Outros produzem de forma individual. Nessa modalidade, no Centro-Sul, há pequenos, médios e grandes produtores.

MAIS INFORMAÇÕES
Associação Iguatuense de Apicultores, Av. Agenor Araújo, S/N, Centro - Região Centro-Sul

Telefone: (88) 3581. 1966

FORTALECIMENTO

Atividade está em expansão
Na última década, a apicultura está em expansão em vários Municípios do Interior. As regiões Inhamuns e Centro-Sul são destaque. No ano passado, por exemplo, a Associação dos Apicultores de Quixelô assinou contratos com o Banco do Brasil, beneficiando 17 produtores de mel de abelha. Foram liberados R$ 150 mil, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) para o incremento da atividade.

O esforço da instituição é ampliar e fortalecer a cadeia produtiva da agricultura familiar, em Quixelô. Os produtores de mel de abelha estão motivados e alguns já pensam em ampliar a atividade produtiva. O clima entre eles é de expectativa. O presidente da Associação, Aildo Oliveira, lembrou que nos últimos três anos foram investidos mais de R$ 200 mil no setor. "O nosso objetivo é inserir a apicultura na agricultura familiar como alternativa a outras atividades que já existem dentro do Município", disse Oliveira. "A produção de mel ainda é baixa, mas existe um grande potencial a ser explorado". Pelo visto, o esforço da associação é para ampliar a renda familiar. A maioria da população de Quixelô, cerca de 80%, reside na zona rural. Esse pessoal vive da agricultura familiar, da exploração da pecuária e há, portanto, potencial para o crescimento da apicultura.

De acordo com o presidente da Associação dos Apicultores de Iguatu, Júnior Cézar Lima, a exploração da apicultura, no Centro-Sul, vem crescendo e a expectativa é de expansão da atividade nesta década. "A tendência é de aumento do número de produtores e da produtividade. Temos comercialização garantida".

Os números demonstram a expansão da atividade. A produção e a exportação de mel de abelha no Ceará são crescentes. Em 2010, foi exportado o equivalente a 10 milhões de dólares. A apicultura cearense é uma atividade que mobiliza mais os produtores da agricultura familiar.

Dados da Federação Cearense de Apicultura (FCA) apontam a existência de 300 mil colmeias espalhadas pelo Ceará. No Brasil, o Ceará ocupa o 4° lugar, em produção de mel, e, no Nordeste, perde apenas para o Piauí, segundo o IBGE. A entidade estima que a produção deste ano será de cerca de quatro mil toneladas. "Em 2010, perdemos mais de 70% da safra por causa da seca", disse o presidente da FCA, Francisco Teixeira Filho. Se no próximo ano a quadra invernosa for favorável, na avaliação da FCA, a safra, sim, será bem favorável. "Os enxames serão recompostos neste ano e com um bom inverno em 2012 teremos uma elevação na produção".

Chico Filho lamentou a falta de apoio, de política pública para o setor.

MAIS INFORMAÇÕES
Federação Cearense de Apicultura, Rua Capitão Rocha Andrade 162 - Mombaça/ Telefones: (88) 3583.3436/ (88) 9910.9950.

Extração de mel de abelha na região Centro-Sul, onde a atividade prova ter boa competitividade
FOTOS: HONÓRIO BARBOSA
 Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.