Este blog é direcionado para os alunos da Escola Municipal Genildo Miranda no Sítio Lajedo em Mossoró-RN, para os alunos da Escola Estadual Rui Barbosa no município de Tibau-RN, para todos aqueles amantes da Educação Geográfica e também para os que se propõem a discussão de uma Educação contextualizada.

domingo, 1 de maio de 2011

ALGUMAS CONSIDERAÇÕES SOBRE O CLIMA - I


Para entendermos melhor o estudo e as discussões referentes ao clima, necessitamos saber algumas respostas para as perguntas abaixo:


O tempo e o clima são conceitos usados em Meteorologia para se entender o comportamento da atmosfera em diferentes "intervalos de tempo". O tempo em uma determinada região do planeta pode ser considerado como a soma da ação de diversas variáveis atmosféricas (por exemplo: chuva, sol e vento) num limitado e curto período de tempo, já o clima (da referida região) seria o comportamento médio da atmosfera por um longo período de tempo: meses ou anos.
A mais "clara" presença do clima em nossas vidas é o ciclo anual das estações: primavera, verão, outono e inverno. Este ciclo é determinado pela posição da Terra (relativa aos outros planetas) no sistema solar. Assim, se não moramos na região equatorial, podemos não saber como será o tempo no próximo inverno, mas sabemos com certeza que será mais frio que neste verão. Na região equatorial a temperatura varia muito pouco ao longo do ano.
Entretanto, todos sabemos que as estações diferem de um ano para outro e também entre as diversas regiões do planeta. Assim, o verão deste ano, não é igual aos anteriores, nem será igual aos que virão, pois existem certos fenômenos climáticos, dentre os quais os mais conhecidos atualmente são o El Niño e o La Niña, que produzem esta variação das estações de ano para ano. Também, o fato de ser verão no Oeste da Austrália ou no Sul do Brasil, regiões que se localizam aproximadamente no mesmo intervalo de latitude, não significa que estes locais experimentem os mesmos valores de temperatura e/ou chuva, pois existem condições locais (presença de lagos, rios, montanhas, etc; tipo de cobertura vegetal e relevo; condição média dos ventos e presença ou não dos oceanos) que são diferentes.


O fenômeno El Niño é caracterizado pelo aquecimento anormal das águas do Pacífico Equatorial Central e Oriental (desde a costa oeste da Américo do Sul). O aquecimento e o subseqüente resfriamento num episódio típico de El Niño dura de 12 a 18 meses, tendo início no começo do primeiro ano, atingindo sua máxima intensidade durante Dezembro - Janeiro e terminando na metade do segundo ano. Não existe um ciclo bem definido para a configuração do El Niño. Em geral, entre 2 e 7 anos há um episódio. Em seu estágio maduro, as águas quentes ocupam uma região estreita e comprida próxima do equador que se estende desde a costa do Peru até por volta de 180º de longitude. Esse aumento da temperatura das águas do Oceano Pacífico Equatorial provoca mudanças na circulação da atmosfera, o que induz a padrões meteorológicos e climáticos anômalos.


"El Niño-Oscilação Sul" é um termo técnico usado para ser chamado o El Niño. Historicamente, El Niño refere-se ao aquecimento superficial do Oceano Pacifico Equatorial Central e Oriental. Oscilação Sul é uma medida da intensidade dos centros de pressão atmosférica à superfície entre o Pacífico Ocidental e o Pacífico Oriental, mais especificamente entre Darwin (Austrália) e Taiti. O indicador atmosférico que mede a diferença de pressão entre Darwin e Taiti é chamado de Índice de Oscilação Sul (IOS). O IOS apresenta valores negativos em anos de El Niño e positivos em anos de La Niña (vide texto sobre La Niña). El Niño e Oscilação Sul são partes de um mesmo fenômeno de interação entre o Oceano Pacífico Tropical e a atmosfera. Essa interação pode ser chamada de El Niño-Oscilação Sul (ENOS ou ENSO).


O fenômeno La Niña, ou episódio frio do Oceano Pacífico, é o resfriamento anômalo das águas superficiais no Oceano Pacífico Equatorial Central e Oriental. As águas mais frias estendem-se por uma estreita faixa, com largura de cerca de 10º de latitude ao longo do equador, desde a costa Peruana, até aproximadamente 180º de longitude no Pacífico Central. De modo geral, pode-se dizer que La Niña é o oposto do El Niño, todavia os efeitos não são exatamente os opostos. Assim como o El Niño, La Niña também pode variar em intensidade. Outros nomes como episódio frio, "El Viejo" ou "anti-El Niño" também foram usados para se referir a este resfriamento, mas o termo La Niña ganhou mais popularidade. Em geral, o episódio começa a se desenvolver em meados de um ano, atinge sua intensidade máxima no final daquele ano e dissipa-se em meados do ano seguinte, durando de 10 e 15 meses. Assim como o El Niño, também não tem um ciclo bem definido, podendo ocorrer um episódio num intervalo entre 2 e 7 anos.

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