Este blog é direcionado para os alunos da Escola Municipal Genildo Miranda no Sítio Lajedo em Mossoró-RN, para os alunos da Escola Estadual Rui Barbosa no município de Tibau-RN, para todos aqueles amantes da Educação Geográfica e também para os que se propõem a discussão de uma Educação contextualizada.

sábado, 27 de agosto de 2011

Brigadistas alertam contra incêndios no meio ambiente

Equipe do Prevfogo no Sítio Fundão, na Floresta Nacional do Araripe. Nesta época do ano, perigo é iminente
ANTÔNIO VICELMO
Ventos fortes e desmatamentos contribuem para aumentar riscos de incêndios em florestas

Crato. "É melhor prevenir do que remediar". Com base neste adágio, órgão ambientalista do Cariri iniciou um trabalho de prevenção contra incêndios. A primeira área beneficiada foi o Sítio Fundão, uma reserva florestal, localizada no Geopark Araripe, a 3Km do Crato, onde, no ano passado, foram registrados cinco incêndios. Uma equipe de 15 brigadistas do Prevfogo está fazendo o aceiro da cerca que contorna a área de 97 hectares.

O chefe de Brigada de Incêndios, Ricardo Alencar, informa que o trabalho será estendido a outras áreas de proteção ambiental que, nesta época do ano em razão da estiagem e da baixa umidade, estão ameaçadas pelo fogo. Este mês, já ocorreram dois pequenos incêndios, um dos quais no Sítio Romualdo, Município do Crato, numa Área de Proteção Ambiental, localizado no pé da Serra do Araripe.

O chefe do Batalhão de Combate ao Fogo, Edilberto Bacarau, acrescenta que será desenvolvida uma campanha educativa nas escolas, com a finalidade de dividir com professores e estudantes a responsabilidade pela preservação da natureza. A consciência ecológica, segundo Edilberto, começa na escola, despertando no aluno uma consciência ecológica.

A preocupação maior é com a Floresta Nacional do Araripe (Flona), um dos últimos redutos da Mata Atlântica, uma área total de 39.262,326 ha, que atravessa a fronteira do Ceará com Pernambuco, abrangendo partes dos Municípios de Barbalha, Crato, Jardim e Santana do Cariri. A chefe da Floresta, Verônica Figueiredo, disse que está sendo montada uma ação integrada com todos os órgãos ambientais no trabalho.

A Flona, segundo ela, já está fazendo o dever de casa com uma equipe de 21 brigadistas espalhados nas áreas de risco. Este ano, está sendo distribuída uma cartilha, orientando os agricultores para os perigos das queimadas, principais responsáveis pela propagação dos incêndios. Uma das orientações é a utilização da folha seca como adubo. Ao invés de queimá-las, a cartilha orienta que é melhor incorporá-las ao solo, transformando-a em adubo orgânico.

O Corpo de Bombeiros do Ceará ainda não dispõe de uma estatística sobre a incidência de incêndios no Ceará. O capitão Warner Campos informou que, a partir deste mês, será intensificada uma campanha de advertência contra eventuais incêndios. O aumento da temperatura, os ventos fortes e a baixa umidade do ar, que ocorrem nesta época do ano, são as principais causas dos incêndios, diz o militar, explicando, por outro lado, que o trabalho de prevenção, segundo o militar, é feito pelas prefeituras e órgãos ambientais do interior com o acompanhamento das unidades do Corpo de Bombeiros.

Soldadinho-do-Araripe

O trabalho preventivo de combate ao fogo faz parte do Plano de Ação Nacional, que foi lançado esta semana em Brasília e no Cariri, para a Conservação do Soldadinho-do-Araripe, pássaro endêmico da Região do Cariri, que vive no território do Geopark Araripe. O plano é uma realização do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e da ONG Aquasis. O objetivo é evitar a extinção do Antilophia bokermanni, nome científico do Soldadinho-do- Araripe. "Das 1.800 espécies de aves do Brasil, apenas seis têm plano exclusivo de conservação", ressaltou Weber Girão, da Aquasis.

O engenheiro ambiental, Pedro Calos Augusto Monteiro, do ICM-Bio, afirma que, entre as metas previstas, está a proteção das nascentes de mata úmida de encostas nos Municípios de Crato, Barbalha e Missão Velha, habitat do pássaro. O Plano é composto por cinco metas, com as suas respectivas ações.

Combate

15 Brigadistas integram a equipe do Batalhão de Combate ao Fogo que iniciou o trabalho preventivo na Floresta Nacional do Araripe, com aceiro da cerca que contorna a área de 97 hectares

MAIS INFORMAÇÕES
Corpo de Bombeiros do Ceará
Telefones: (85) 3101.2211/ 8878.8552
Floresta Nacional do Araripe
Telefone: (88) 3221.094

Antônio Vicelmo
Repórter

Quantos brasileiros são considerados pobres?

Mais de 50 milhões, segundo o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O órgão do Ministério do Planejamento lançou este ano o Radar Social 2005, uma pesquisa para saber o nível de renda do brasileiro, com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O resultado mostra que 53,9 milhões de brasileiros vivem na pobreza. Isso corresponde a 31,7% da população do país. E dentro desse número existe um dado ainda mais preocupante: do total, 21,9 milhões de pessoas são indigentes. "O indigente é aquele que não tem dinheiro nem para comprar alimentos", diz o sociólogo André Campos, pesquisador do IPEA. O instituto considerou pobres as famílias que vivem com até meio salário mínimo per capita - ou seja, 150 reais por mês para cada pessoa da casa - e indigentes aquelas famílias com renda mensal per capita de até 75 reais. O Radar Social também fez um ranking dos estados mais pobres. Alagoas tem a maior taxa de pobreza, 62,3%, e Santa Catarina, a menor, 12,1%. Outro dado do estudo ajuda a mostrar como as riquezas são mal distribuídas no país: 50% da população mais pobre fica com apenas 13% de toda a renda que o Brasil gera. É por isso que somos considerados pela ONU como o segundo país do mundo com maior desigualdade social, atrás somente de Serra Leoa. Um vexame!

Fonte: Revvista Mundo Estranho.

Existe mesmo areia movediça?

Existe, mas não como nos velhos filmes do Tarzan. Esse tipo de terreno até pode prender um animal, mas ver uma pessoa ser engolida, só no cinema. Além de ser difícil achar um atoleiro muito profundo, a pessoa que enfiar os pés nele ainda terá os braços livres, bastando se apoiar em áreas próximas com um solo mais firme para sair. As principais vítimas são os animais, que atolam as quatro patas e não têm como fugir. Mesmo assim, o perigo não é o bicho ser engolido, mas morrer de fome se não for resgatado.
 
Atoleiro animal Terreno instável é resultado de grãos soltos e muita água
 
1. Um área com areia normal tem grãos bem compactados, bem próximos uns dos outros. É como se a areia fosse prensada. Numa praia, por exemplo, a ação do vento e das pessoas e objetos que circulam em cima da areia ajudam a grudar os grãos, deixando o terreno mais firme
2. Sob certas condições, a areia pode ficar menos compactada. Em uma região entre dunas, por exemplo, os grãos trazidos pelo vento ficam protegidos da circulação de ar e acabam permanecendo mais soltos, formando uma areia fofa. Esse é um tipo de local que pode dar origem à areia movediça
3. Se esta areia fofa receber muita água, como a da chuva, os grãos que já estavam um pouco soltos se separam mais ainda. Os espaços vagos vão sendo preenchidos pela água, criando uma mistura viscosa de areia e líquidos que é a popular areia movediça, chamada pelos geólogos de areia fluidificada
4. Se um animal pisa nesta área instável, os grãos de areia passam a se movimentar em direção ao fundo, carregando junto as patas do bicho, como se elas fossem "grãos gigantes". Até suas patas atingirem um nível de areia mais compactada ele já pode estar completamente atolado.

Fonte: Revista Mundo Estranho.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Desmatamento na Amazônia supera 2010

Qualquer número acima do recorde do ano passado significará a interrupção da queda que ocorria desde 2008

Brasília. O desmatamento na Amazônia neste ano deverá superar a taxa anual medida no ano passado. O primeiro sinal claro aparece nos alertas de desmatamento e degradação da floresta do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). O sistema Deter acumulou em 11 meses do período de coleta da taxa anual uma área maior do que a captada entre agosto de 2009 e julho de 2010.

Até junho, o Deter registrou 2.429,5 quilômetros quadrados de florestas abatidas. Em relação ao mesmo período do ano anterior, houve um aumento de 35% no ritmo das motosserras. No mês, o aumento foi de 28%.

Os dados de julho, que completarão os 12 meses da taxa oficial, só serão divulgados no fim do mês. Mas os dados até aqui já superaram os 2.294 quilômetros quadrados de desmatamento medidos até julho de 2010, o menor da série histórica do Inpe. O anúncio da taxa está previsto para o fim do ano.

Mauro Pires, diretor de Combate ao Desmatamento do Ministério do Meio Ambiente, prefere não especular sobre a nova taxa. "Vai ficar muito próxima da taxa de 2009 e de 2010", disse. Em 2009, o sistema Prodes indicou o abate de 7.464 quilômetros quadrados de desmatamento. No ano seguinte, o Prodes mediu o corte de 6.451 quilômetros quadrados de floresta. Qualquer número acima do recorde registrado no ano passado significará a interrupção de uma queda do desmatamento que vem sendo registrada desde 2008. E pode comprometer os compromissos de redução das emissões de gases de efeito estufa, responsáveis pelo aquecimento global. O desmatamento ainda é a maior fonte de emissão de carbono no país.

O diretor do Inpe, Gilberto Câmara, chama a atenção para a diferença entre os dois sistemas do Instituto. O Deter é responsável pelos alertas de desmatamento. Mais rápido, é menos preciso, não alcança pequenas áreas. O Prodes, no qual se baseia a taxa oficial anual de desmatamento, alcança áreas pequenas, mas só considera o corte raso de árvores.

Câmara confirma o aumento de 35% nos alertas de desmatamento do Deter no período de 11 meses. Mas não autoriza o mesmo tipo de projeção para a taxa oficial anual.

"Ainda é cedo para extrapolar estes dados para o computo anual do Prodes. Ainda faltam os dados de junho de 2011 para fazer uma avaliação melhor. Se os dados de julho deste ano forem muito inferiores aos de julho de 2010, como resultado da intensa fiscalização do governo, não irá se configurar um cenário de aumento forte do desmatamento", afirmou o diretor.

Gabinete

Em maio, o governo criou um gabinete de crise, com a Polícia Federal e a Força Nacional de Segurança, para conter o aumento de desmatamento registrado no começo do ano, sobretudo no Mato Grosso. "Diante do que poderia acontecer, a tendência que temos hoje é de contenção", insiste Mauro Pires.

Fonte: Coluna Nacional do Jornal Diário do Nordeste.

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Aberto Eusébio Ambiental

O evento terá atividades durante todo este mês e busca envolver toda a comunidade do município
DIVULGAÇÃO
 
Eusébio. A Prefeitura do município, através da Autarquia de Meio Ambiente (Amma) lançou ontem o Eusébio Ambiental, na Praça 23 de junho. A programação, que se estenderá por todo o mês de agosto prevê, desde visitas às escolas, caminhadas, a fóruns e exposições.

"O Eusébio Ambiental é mais um projeto da intersetorialidade defendida pelo município. Não estamos aqui só tratando do meio ambiente, mas também da Educação e da Saúde do povo eusebiense", disse o prefeito Acilon Gonçalves.

As atividades já foram iniciadas ontem com blitze educativas nas escolas. No decorrer da semana acontecerão caminhadas e a Gincana Ambiental.

Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.

Escavação paleontológica é a maior do NE

Nesse primeiro momento das pesquisas, as escavações no Araripe permanecem até o próximo sábado. Esse é o começo de um estudo que irá durar três anos
ELIZÂNGELA SANTOS
Os fósseis de maior relevância que forem encontrados vão ficar no Museu de Paleontologia de Santana do Cariri

Araripe Pesquisadores de várias universidades brasileiras e do Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) se encontram no Cariri para realizar a maior escavação paleontológica controlada do Nordeste. A pesquisa está sendo coordenada pela Universidade Regional do Cariri (Urca). O trabalho foi iniciado no Riacho Grande, localidade do Município de Araripe. Esse é o começo de um estudo que irá durar três anos, por meio de projeto financiado pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico Nacional (CNPq), com apoio do Geopark Araripe. As áreas pouco exploradas da região são o foco da pesquisa e há possibilidades de achados de fósseis de dinossauros, como os pterossauros.

São 20 pesquisadores, entre estudantes de graduação, pós-graduação e professores. Nessa primeira etapa dos trabalhos, os integrantes da equipe permanecem na região até o próximo sábado. Deverão ser coletados na área da Baixa Grande cerca de 4 mil fósseis, que serão direcionados, segundo o coordenador das pesquisas, o professor doutor Álamo Feitosa, também coordenador executivo do Geopark Araripe, às escolas públicas do Município, para auxiliar na didática das atividades escolares. Ele classifica esse momento como um marco na pesquisa paleontológica da região.

Também está acompanhando os trabalhos um dos maiores pesquisadores da área, que fez descobertas importantes relacionadas aos pterossauros do Araripe e apresentou o resultado do trabalho para a comunidade científica mundial. O professor e cientista, Alex Kellner, do Museu Nacional, destaca a importância do desenvolvimento científico na região e que os fósseis de maior relevância nas pesquisas que forem encontrados vão permanecer na região e serão expostos no Museu de Paleontologia de Santana do Cariri, e não como ocorria em outros momentos, já que o material antes era levado para outras instituições, a exemplo do próprio Museu Nacional, que hoje contém diversos achados paleontológicos do Araripe.

Alex Kellner explica que a escavação controlada significa procura dos fósseis de acordo com os níveis das rochas, em que se consegue documentar em qual delas foi encontrado o tipo de fóssil. "Isso nos dá condições de correlacionar os diferentes níveis fossilíferos", frisa o professor. Ele afirma que o objetivo é encontrar no local um grande número de fósseis e dizer de qual coluna estratigráfica é, das diferentes camadas.

Distribuição

Segundo o professor Álamo, as peças que serão distribuídas nas escolas são aquelas mais comuns e que já foram estudadas. Normalmente, as chamadas pedras de peixes. O material também será direcionado a órgãos como o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM). O trabalho está sendo documento pela cineasta Lara Velho, que vem acompanhando o cientista Kellner há vários anos, e também pela revista internacional National Geographic. Lara já chegou a produzir documentários sobre paleontologia na Antártida, nos Estados do Mato Grosso, Minas Gerais e outras regiões do Brasil.

De acordo com Álamo, o projeto junto com o CNPq foi firmado entre a Urca e o Museu Nacional. A coordenação é da Urca, com apoio da UFRJ e depois entrou como parceira a Universidade Federal do Pernambuco (UFPE). Especialistas de várias áreas da paleontologia compõem a equipe, desde a reconstituição paleoambiental, que é a sua especialidade, até áreas de dinossauros e crocodilos.

Exploração

Ele destaca que a parte leste da Bacia do Araripe, incluindo Municípios como Crato, Barbalha e Jardim, sempre foi muito explorada em termos de paleontologia, desde 1800, com a primeira citação de João da Silva Feijó. No século XX, também houve muitos trabalhos, mas como há uma subdivisão em sub-bacia leste, conforme Álamo, fica o questionamento se é a mesma coisa em termos de composição faunística. "Então, estamos tentando verificar de onde vinha o contato do lago Araripe com águas marinhas. Hoje, vemos que a grande possibilidade seja pela Bacia Piauí/Maranhão, ou seja, pela parte oeste", explica o coordenador.

Ele acrescenta que isso só será possível por meio de escavações planejadas que vão acontecer em Araripe, depois uma parte de Campos Sales, perto da Chapada, em Salitre e Potengi, até chegar ao Piauí, na parte mais oeste, na área de Caldeirão Grande.

Uma das propriedades importantes que pode facilitar as novas descobertas é que os pesquisadores estão atuando na borda do lago, ou seja, segundo Álamo, os fósseis estão em cima do embasamento cristalino, da rocha do assoalho, o chão do lago. "Isso aumenta muito a possibilidade de encontrar animais que não habitavam o lago, mas estavam nas proximidades como dinossauros, da espécie pterossauros, crocodilos e outros seres que eventualmente pudessem se encontrar por perto", diz o professor. A pesquisa, então, inicia na parte leste e vai até o final da parte oeste, como forma de traçar um comparativo dos perfis. Em uma primeira prospecção na área, já foram encontradas tartarugas. O mais raro, de acordo com os estudiosos, seriam as criaturas voadoras, no caso dos pterossauros.

MAIS INFORMAÇÕES
Escritório Geopark Araripe/Urca - Rua Teófilo Siqueira, 754, Centro
Município do Crato (CE)
Telefone: (88) 3102.1237


Elizângela Santos (Repórter)

EDUCAÇÃO
Fósseis servirão como fontes didáticas


Araripe Um dos grandes resultados da escavação paleontológica controlada, realiza no Cariri, será o ganho para a pesquisa científica e o turismo da região. É que as peças fósseis encontradas para estudos ao longo das pesquisas permanecerão na região, e até servirão como fontes didáticas para estudantes de escolas públicas, nos Municípios onde ocorrem as escavações. Somente esta semana, devem ser encontrados cerca de 4 mil peças fossilizadas, principalmente de peixes, que serão repassados para várias instituições.

Segundo o chefe da equipe de pesquisadores, Álamo Feitosa, como será um grande volume de material, desde fezes de peixes até peixes completos, muita coisa repetida e que já foi bem estudada, haverá doação para Araripe, o laboratório do Museu de Paleontologia, DNPM, e parte do que já foi estudados para o Museu Nacional. Caso tenha algo raro, fica no Museu de Paleontologia, em Santana do Cariri.

Álamo afirma que, neste momento, se está montando uma equipe, inclusive com alunos, que ele vem orientando, e pesquisadores. Esse esforço poderá resultar em uma equipe de pelo menos 10 doutores na área para os próximos 10 anos. Serão estudiosos nas mais diversas áreas. Ele é o primeiro doutor da paleontologia da região. "Vi nos últimos três anos que a gente tem que formar pesquisadores do Cariri, para que ele se intitule e tenha conhecimento e isso irá garantir a pesquisa na região, em uma das bacias paleontológicas sedimentares mais importantes do mundo", ressalta. E para isso, segundo ele, se requer investimentos e pessoas qualificadas.

O projeto a ser desenvolvido nos próximos anos é no valor de R$ 130 mil. Já é um grande apoio, já que antes não se podia desenvolver grandes escavações, em virtude da falta de recursos. Para Álamo, esse é um passo significativo.

Centro de pesquisa

Agora, com a disponibilidade de um trator, isso facilita mais os trabalhos, e pela primeira vez, a Urca está à frente de uma equipe de pesquisadores. "Isso transforma a região em importante centro de pesquisa", diz. Recentemente foi realizado curso de preparação de fósseis da região, incluindo alunos da UFPE. Ele acrescenta que hoje a região está em um patamar respeitado em termos de pesquisa em paleontologia, com boa produção científica e cursos.

Alex Kellner, que iniciou sua pesquisa na área do Araripe em 1984, afirma que essa é uma das principais e mais ricas áreas fossilíferas do Brasil. "Infelizmente, é uma área que sofre devido à escavação desordenada, o comércio". O grande diferencial, segundo ele, são as escavações controladas. "Acredito que essas escavações vão render muito mais informações do que as antes realizadas".

Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

Acampamento reúne vários Estados

Grupos de alguns Estados e de inúmeros Municípios se fizeram uma turma só. Não faltou bate-papo
FOTO: MELQUÍADES JÚNIOR
O Acampamento foi na Praia Tremembé, onde as belezas naturais ainda não sofreram tanto a intervenção do homem

Icapuí. Sem luxo e sem frescura, em meio ao sol, ao vento, mas com um mar gigante e uma lagoa bem ao lado, centenas de jovens fincaram suas barracas e acamparam no 9º Acampamento Latino-Americano da Juventude. Grupos de alguns Estados e de inúmeros Municípios se fizeram uma turma só. E não faltou violão, namoro, bate-papo, e até alguém para encenar, no meio do ´mar de barracas´, uma esquete teatral.

O Festival ocorreu de sexta a domingo, encerrando com o tradicional "abraço ao mar". Dentre os principais destaques do evento, a banda de reggae Cidade Negra. Seis temas, dentre os quais a diversidade sexual, a cultura afrodescendente e os cinco anos da Lei Maria da Penha, foram destaques nos debates.

Em meio a uma amontoado de aproximadamente 240 barracas, perto do lago e a poucos metros do mar tem a "vila do sossego". Pelo menos foi assim que fincaram uma plaquinha improvisada os 16 jovens de Fortaleza que vieram para Icapuí para a despedida das férias. Não que sossego signifique silêncio. Porque quando não são os shows se prolongando até perto do amanhecer, tem jovem com violão, ou um aparelho de som. Ou uma roda de conversa de porta de barraca.

Mas ontem o dia foi de despedida dupla: do acampamento e das férias. O grupo de 16 estudantes de Natal (RN) que veio pela primeira vez ao evento pretende retornar, "como sem falta", à próxima edição. O ecólogo Camilo Dantas, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), ficou triste com o fim dos dias de acampamento, mas ressalta a temática ambiental como um dos principais focos do encontro. "Sabemos que a zona costeira cearense passa por problemas parecidos com o que acontece no Rio Grande do Norte, e eventos como esse servem para alertar os jovens", aponta.

Mas nem todos. Para o biólogo João Neves, da UFRN, a maioria dos jovens foi mesmo para dormir nas barracas e curtir os shows. "Isso é importante, mas deve existir um engajamento das pessoas com o evento, participar das discussões, das oficinas". Um grupo de estudantes da Universidade Federal do Cariri fretou uma topic para chegar até o local do evento, "mas passamos longe das oficinas", confessa o servidor Lino Júnior.

Entre as principais reclamações dos acampados, a frequência na falta de água para banho, principalmente quando muitos chuveiros estavam ligados. "Mas algumas coisas são típicas de acampamento, e no geral foi bom", opina João Neves. "Aqui tem sossego porque tem paz, mas o movimento não para", afirma Daniel Victor, de 30 anos, que participa pela segunda vez do acampamento. Veio com outros 15 amigos de Fortaleza para participar de oficinas e assistir aos shows. Eles fazem parte do Movimento do Teatro do Oprimido do Ceará (MTOCE), e colocar barraca para "não dormir" já é hábito de quem leva a vida a se aventurar.

Não à toa muitos jovens, especialmente turmas do Ceará e do Rio Grande do Norte, esperavam há muito tempo a edição do festival - o evento só acontece de dois em dois anos.

Curtição
"A gente curte muito e dorme pouco. Não precisa", afirma Rubens Lopes, de 23 anos. E se mesmo assim pintar uma solidão na multidão, a amiga e psicóloga Renata Fernandes está ali para ouvir. "Na Vila do Sossego todo mundo se ajuda", diz Daniel Victor, sobre o nome dado ao aglomerado de cinco "casinhas" dentre as 240 barracas do lugar. Maria Gorete, coordenadora do espaço de "camping", estima em aproximadamente 1.100 mochileiros somente na tenda de acampamento.

Houve apresentação teatral, incluindo os grupos locais como, por exemplo, o Teatro Flor do Sol e Teatro Amigo do Meio Ambiente, ambos de Icapuí.

MELQUÍADES JÚNIOR (REPÓRTER)
Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.

Criação de peixe em cativeiro cresce no Centro-Sul do CE

Os produtores do município de Cariús estão animados e esperam a partir de novembro uma renda mensal em torno de R$ 400,00
FOTOS: HONÓRIO BARBOSA
Em várias cidades do interior, o sistema de criação tem se espalhado devido ao fácil manejo e retorno de investimento

Cariús. Na região Centro-Sul é crescente o número de projetos associativos de criação intensiva de peixes em tanques-redes. O exemplo mais recente está localizado neste Município, no Açude Muquém. O projeto de piscicultura foi implantado em junho passado, com 2.000 alevinos, que estão em fase de crescimento. Nos próximos cinco meses, quantidade igual será implantada de forma escalonada. Os produtores estão animados e esperam a partir de novembro uma renda mensal em torno de R$ 400,00.

O sistema de criação intensiva de peixes em tanques-rede ou gaiola é uma das formas que tem se espalhado em várias comunidades rurais devido ao fácil manejo e rápido retorno do investimento, além de ser uma alternativa viável para geração de emprego e aumento da renda da agricultura familiar no sertão cearense, que dispõe de oferta de açude público com vasto espelho d´água.

Formação

A Associação dos Aquicultores do Açude Muquém é formada por 18 produtores e foi criada há seis anos, após conclusão da barragem, por antigos trabalhadores rurais que viram as terras em que plantavam e criavam animais cobertas pela água. O Governo do Estado, por meio da Secretaria de Desenvolvimento Agrário (SDA), Ematerce e Instituto Agropolos, incentivou a implantação do projeto de piscicultura com o objetivo de ampliar a renda das famílias atingidas pela construção do reservatório. Na época, cada família recebeu uma casa e um lote de quatro hectares para o plantio de culturas de subsistências.

Instalação

Foram quase cinco anos de espera para obtenção de licenças ambientais de instalação e de funcionamento por parte da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). O projeto de piscicultura foi financiado pelo Banco do Nordeste no valor de R$ 305 mil, por meio do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf).

Os recursos foram aplicados na construção de um galpão para depósito, escritório equipado com computador e impressora, uma unidade de tratamento do pescado e aquisição de 108 gaiolas e dos alevinos. A modalidade de financiamento prevê dois anos de carência e seis para pagamento. O Município de Cariús e o Instituto Agropolos são entidades parceiras. A Prefeitura contratou um zootecnista para orientar e acompanhar os pescadores. "O projeto está andando muito bem", disse o presidente da Associação dos Aquicultores do Açude Muquém, Jucivan Lucena da Silva. "A nossa meta é que no primeiro ano de produção teremos uma renda mensal de pelo menos R$ 400,00".

União

Os associados estão unidos e os mais idosos incentivam os jovens produtores. O agricultor José Pereira Lima fez a doação do terreno para instalação do projeto no entorno do Açude Muquém. Ele também é um dos atingidos pela construção da barragem. "Antes, eu só vivia da agricultura e da criação de um gadinho, mas hoje sou pescador artesanal e também associado do projeto de criação de tilápias", contou. "Estou animado e acreditando que vai dar certo".

O mais jovem dos produtores, Francisco Lucena, disse que também acredita na viabilidade do projeto. "Visitamos outros açudes na região e vimos que os criadores de tilápia estão satisfeitos", lembrou. O próximo passo da associação é começar definir logo os compradores da produção inicial, mas o grupo já sonha com novos projetos. "Pretendemos fazer filé, bolinhas de peixe e outros produtos derivados para agregar valor ao pescado", frisou Jucivan Lucena.

As tilápias criadas em cativeiro passam por um processo de reversão genética. Até o 10º dia, os alevinos têm a sexualidade indefinida e neste período recebem ração com hormônio masculino. São, portanto, transformadas em macho, porque adquirem maior crescimento e peso do que as fêmeas, adequando-se à finalidade comercial.

A espécie tailandesa, a partir de um melhoramento genético, foi a que melhor se adaptou à região Nordeste, cujas águas dos reservatórios têm temperatura elevada.

Fique por dentro
Alimentação

Os alevinos pesando um grama são colocados nos berçários e recebem durante o primeiro mês de nascimento ração em pó com 56% de proteína e o restante de vitamina. Isso é realizado a cada hora a partir das 7 horas da manhã até às 17 horas. São dez doses diárias.

Com esta alimentação, os alevinos alcançam o peso médio de 12 gramas. No fim do segundo mês, chegam a pesar 40 gramas e a alimentação é fornecida oito vezes por dia. A partir do terceiro mês entram na fase de engorda e recebem ração três vezes por dia, com 32 % de proteína, além de energético à base de milho e de óleo de peixe. Ao fim do ciclo, no sexto mês, devem pesar em média 750 gramas.

Expectativa

"O grupo está animado, unido, com perspectiva de produção a partir de novembro"

Charles Alves
Zootecnista

"A nossa meta tem como objetivo uma renda mensal de pelo menos R$ 400"

Jucivan Lucena
Presidente da Associação de Aquicultores

MAIS INFORMAÇÕES

Secretaria de Agricultura

Fonte: Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste.
Rua Raul Nogueira, S/N, Bairro Esplanada. Telefone: (88) 3514. 1219/ E-mail:prefeituracarius.ce@gmail.com.br

HONÓRIO BARBOSA (REPÓRTER)