Este blog é direcionado para os alunos da Escola Municipal Genildo Miranda no Sítio Lajedo em Mossoró-RN, para os alunos da Escola Estadual Rui Barbosa no município de Tibau-RN, para todos aqueles amantes da Educação Geográfica e também para os que se propõem a discussão de uma Educação contextualizada.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

O CONCEITO DE REGIÃO DENTRO DAS CONSEPÇÕES GEOGRÁFICAS

Dentro das discurssões  geográficas o conceito de Região sempre foi colocado em pauta, pois existem muitas controvérsias sobre este termo. Para que esta discurssão possa ter fundamento é preciso que estejamos por dentro dos diversos contextos e significações que o termo ao qual discutiremos tem historicamente dentro da política, da economia e da cultura como um todo.
A palavra Região deriva do latim regere, palavra composta pelo radical reg, que deu origem a outras palavras como: regente, regência, regra etc. No Império Romano, este termo era designado para indicar áreas que mesmo pertencentes a uma administração, estavam subordinadas as regras e a hegemonia de Roma, ou seja, estava sujeita a ordens superiores. Na linguagem cotidiana, ou seja, a do senso comum, a noção de região parece existir relacionada a dois princípios fundamentais: o de localização e o de extensão.
A região tem também um sentido bastante conhecido como unidade administrativa, sendo por meio da divisão regional de um espaço, que é exercido a hierarquia e um controle por parte do grupo administrativo do estado. Na Idade Media as divisões administrativas foram as primeiras formas de divisão territoriais presentes nos mapas da época. Na Geografia, o uso desta noção de Região é um pouco mais complexa, pois ao tentarmos fazer dela um conceito científico, herdamos as indefinições e a força de seu uso na linguagem comum e uma das alternativas encontradas pelos geógrafos foi a de adjetivar a noção de região para assim diferenciá – la de seu uso pelo senso comum.
Fruto de todas estas discurssões  nasce o conceito de Região Natural e Região Geográfica, posteriormente defendidas por pensadores e escolas com visões diferenciadas; criando assim denominações como: Determinismo e Possibilismo, como também de diversas correntes de pensamento que tentam dar um significado para o que se denomina de região.
a)                             Geografia Tradicional – fundamentada no Positivismo Clássico, apresenta empirismo exacerbado com forte carga naturalista; limitando - se a descrição dos fenômenos e não ao seu questionamento; defende a neutralidade do pensamento. Apresenta visão fragmentada do saber e discute a relação homem-natureza não considerando as relações sociais e as contradições que delas resultam.
b)                            Determinismo Geográfico (Escola Alemã) -  considera que o meio natural exerce ação dominadora sobre o homem, colocando-o como ser passivo perante a natureza, ou seja, o homem é um produto do meio em que vive. Justifica a expansão territorial  - teoria do espaço vital – Frederico Ratzel. A natureza influencia diretamente na riqueza ou no empobrecimento de uma sociedade.
c)                              Possibilismo (Escola Francesa)  - considera que o homem é um elemento ativo no meio natural podendo modifica-lo, adaptando-o as suas necessidades  - o homem modifica o meio. Desmascara o expansionismo alemão. Apresenta um tom mais liberal. O objetivo maior da geografia é o estudo regional – Vidal de La Blache. A superação da pobreza ocorre  a partir do contato com a civilização. Fundamenta-se no provérbio popular de que o meio ambiente propõe e o homem dispõe. A  região  natural não pode ser o quadro e o fundamento da geografia, pois o ambiente não é capaz de explicar tudo.
d)                            Geografia Crítica – critica a geografia tradicional e propõe uma geografia baseada nos ensinamentos marxistas e no método dialético. Surge  a partir dos anos 60. O centro da preocupação passa a ser as relações sociedade-trabalho-natureza na produção do espaço geográfico. Está centrada nas relações de trabalho, nas explicações econômicas, na denúncia das injustiças sociais e na politização do discurso geográfico em defesa da transformação da realidade  social. Não considera a dimensão subjetiva e afetiva das relações sociais, ou seja, as explicações mais plurais.

Hoje já está se falando em uma nova forma de ver os questionamentos geográficos, a partir de uma geografia mais voltada para a amenização e discurssão dos problemas que mais afligem a sociedade; tendo uma marca que a diferencia da Geografia Crítica; levando em conta as dimensões afetivas e subjetivas das relações sociais com o meio ambiente e como o próprio homem, instrumento importante nesta relação, chamada por alguns teóricos de Geografia Humanista.
Portanto, através deste breve relato pude perceber que a discurssões sobre região dentro da geografia não é uma coisa recente, isto já vem vêm sendo feito e aprofundado deste muito tempo atrás e que cabe a nós geógrafos, buscar discutir e compreender todas as discurssões e ensinamentos sobre a região, já que ela é o foco de estudo do pensamento geográfico. Enquanto não nos dispormos a fazer estas reflexões, estaremos deixando de lado todo o objetivo ao qual nos propomos ao entrar na academia para aprofundar ainda mais os nossos conhecimentos e concepções sobre as temáticas geográficas.          

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