Este blog é direcionado para os alunos da Escola Municipal Genildo Miranda no Sítio Lajedo em Mossoró-RN, para os alunos da Escola Estadual Rui Barbosa no município de Tibau-RN, para todos aqueles amantes da Educação Geográfica e também para os que se propõem a discussão de uma Educação contextualizada.

segunda-feira, 4 de abril de 2011

Maricultura é alternativa para uma economia sustentável

O Ministério da Pesca e Aquicultura traz para o litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte o cultivo de algas, ostras e peixes

Icapuí Fazendas no meio do mar. É assim que Estado e União começam a pensar estratégias de desenvolvimento dos segmentos populacionais que vivem dos recursos naturais oferecidos pelo mar. Deverá haver participação direta do poder público em projetos de geração de renda na pesca e no cultivo de algas no mar antes só realizados pela própria comunidade, de forma acanhada e desamparada. O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) está trazendo para o litoral do Ceará e do Rio Grande do Norte o Projeto Maricultura, de cultivo de algas, ostras e peixes em tanques-redes no meio do mar. Os povos do mar no Município de Icapuí, no Ceará, já começam a ser consultados sobre os Planos Locais de Desenvolvimento da Maricultura (PLDM).

O Ministério da Pesca e Aquicultura pretende potencializar o uso de áreas pertencentes à União e já mapeadas. Quer dispor dos espaços para que os moradores do litoral, notadamente pescadores, produzam as culturas de que se sustentam (peixes, algas e mariscos), ao passo em que o façam de forma juridicamente correta. É um estímulo à economia sustentável por meio da produção artesanal em uma área, a exemplo de Icapuí, que sofre com a degradação e o manejo predatório.

A primeira audiência ocorreu no dia 21 de março na Praia de Redonda, em Icapuí. Foi uma consulta pública com pescadores artesanais, marisqueiras, beneficiadores de algas e lideranças políticas. Também estiveram presentes o secretário Estadual da Pesca, Flávio Bezerra, o deputado estadual Dedé Teixeira e vereadores de Icapuí.

A intenção é que sendo definida a área da zona costeira, tenham início as atividades, em que antes o Governo do Estado tenha auxiliado nos trâmites de concessão do licenciamento ambiental e, posteriormente, na capacitação dos produtores nos manejos. Técnicos do MPA avaliaram trechos da zona costeira propícios às atividades da maricultura. Devem ser instalados parques aquíferos, uns para cultivo de algas e outros para a criação de peixes. O impasse fica por conta da localização desses parques, tendo em vista a relação litigiosa entre segmentos de pescadores artesanais e os que praticam a pesca predatória (com marambaia e mergulho com compressor de ar).

Localização

Também já existiram os primeiros impasses quanto à localização dos parques aquíferos de algas e os de peixe, este último mais distante do continente. A participação dos Municípios da zona costeira no Plano de Desenvolvimento da Maricultura vai depender do potencial de cada um para pesca, cultivo de algas e mariscagem. Mas são os próprios pescadores que cobram do Ministério da Pesca e Aquicultura sobre o tratamento dado aos produtores: igualdade.

A maricultura é colocada nesses Municípios da zona costeira como alternativa socioambiental e economicamente sustentável: criação de oportunidades de negócios e geração de emprego e renda inclusive para jovens, muitos dos quais não incorporam a mesma cultura pescadora de seus pais e avós, acostumados a desbravarem o alto mar à procura de peixes e lagostas. O beneficiamento de algas é outro segmento incluído na maricultura. Em Icapuí, grupos de mulheres processam algas marinhas e geram de resultado produtos como alimentos, cosméticos e produtos de limpeza.

A técnica do cultivo em mar aberto, estimulada pela maricultura, já é tendência em vários países que potencializam os recursos marinhos, como Estados Unidos e Austrália. No Brasil, já existem exemplos de maricultura em "fazendas" no mar de Pernambuco. Outras reuniões de criação do Plano de Desenvolvimento da Maricultura devem ocorrer nas comunidades costeiras do Ceará.

No Brasil, o MPA identificou 174 territórios onde estão presentes 89,8% dos pescadores e pescadoras cadastrados no Registro Geral de Pescadores (RGP); 80% das áreas de alta incidência da prática de aquicultura continental; 100% das áreas com potencial para atividades de maricultura; e 85% dos reservatórios com potencial para a Aquicultura. Dos 174 territórios de pesca e Aquicultura no Brasil, pelo menos 31 estão situados no Ceará.






Alimentos, como geleia, são produzidos a utilização de algas. Uma nova oportunidade de emprego A ideia do projeto é criar cultivo de algas e peixes para que a
atividade se transforme em um meio de incrementar a renda das comunidades, principalmente, para os jovens
FOTOS: THIAGO GASPAR







Fonte: Notícia publicada na Coluna Regional do Jornal Diário do Nordeste em 04/04/11.


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