Em 2002 o consumo já estava tão acelerado no mundo que a Organização das Nações Unidas (ONU) declarou que a extração dos recursos naturais já extrapolava em 20% o limite do que o Planeta Terra tinha para oferecer, ou seja, já consumíamos os recursos de uma Terra e um quarto dela. Nesse compasso, se continuarmos no padrão de consumo baseado no modelo norte-americano, em 2050 serão necessários os recursos equivalentes a dois planetas e em 2100 os recursos de quatro Terras.
Essas informações foram apresentadas durante a palestra "Consumo Sustentável e Cidadania", da gerente de Produção e Consumo Sustentáveis, do Ministério do Meio Ambiente, Fernanda Daltro, dentro da programação da Semana do Meio Ambiente, em Brasília, na Concha Acústica.
Para equilibrar o consumo com os limites naturais é preciso estimular que a produção seja cada vez mais responsável e que o consumo consciente continue crescendo. "Com melhores hábitos de compras o impacto se reverterá diretamente para a qualidade de vida dos consumidores", garante Daltro.
A dica é optar por produtos com menos embalagens, que utilizem material com alto poder de reciclagem e, de preferência, fabricados por empresas ambientalmente comprometidas e responsáveis por todo o ciclo de vida do produto, desde sua criação até o reaproveitamento.
Com o simples hábito de avaliar, antes da compra, se realmente há necessidade de obter o produto, o consumidor estará aliviando o desperdício, pois só 1% do que é consumido continua sendo utilizado após seis meses da compra. "A escolha demonstra uma posição do consumidor perante o compromisso com a sustentabilidade e com as próximas gerações", alertou Fernanda.
Como há muito desperdício e os bens estão cada vez mais descartáveis, a destinação dos resíduos é outra questão relacionada ao consumo. Os produtos ficam obsoletos, os consumidores anseiam por artigos de última geração e o que fazer com o que está "ultrapassado"?
Com a aprovação da Política Nacional de Resíduos Sólidos a responsabilidade pelo ciclo de vida dos produtos foi compartilhada com fabricantes, importadores, comerciantes, distribuidores, serviços públicos de limpeza urbana e cooperativas de catadores. É a chamada logística reversa. "O ônus sempre foi do consumidor, agora eles precisam devolver a quem fabricou ou vendeu, que será o verdadeiro responsável por dar a destinação ambientalmente adequada", esclareceu Fernanda.
Fonte: Ministério do Meio Ambiente.
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