O homem deixou sua pegada em quase todos os lugares da Terra. E se não conseguiu pisar nas profundezas do Atlântico ou no coração da Floresta Amazônica, já mandou robôs, sonares e todo tipo de tecnologia para monitorá-los de longe. Também exploramos o espaço e deixamos rastros que qualquer alienígena poderia facilmente identificar. Acontece que nem todo vestígio humano no espaço sideral é sinal de vida “inteligente” aqui na Terra.
7 -- Naves espaciais
Ao longo dos últimos 50 anos, mandamos seres humanos, animais, insetos, bactérias e, principalmente, naves não-tripuladas para fora do nosso planeta. O sonho de viajar pelo espaço já é realidade -- para os muito ricos, em raras ocasiões -- mas ainda estamos longe do sonho da ficção científica com populações inteiras vivendo fora da Terra. A discussão da necessidade real de explorar o espaço em missões tripuladas está aberta e há muitos argumentos contra e a favor, porém as viagens continuam sendo feitas com e sem gente dentro.
Os astronautas e robôs mandam dizer que ainda não bateram um papo com nenhum ET.6 -- Telescópios
Os telescópios espaciais são feitos para exngergar o universo sem a interferência da atmosfera terrestre. O Hubble não é o único telescópio em funcionamento fora da Terra, mas é o mais famoso, maior e mais velho deles. Sua concepção é de 1946, mas só foi lançado e posto para funcionar em 1990. De lá pra cá, recebendo ajustes aqui e ali, o Hubble observa o espaço em luz normal e infravermelha, enviando informações visuais de estrelas fora de nossa galáxia e estruturas do Universo até então desconhecidas por nós.
Nosso principal “olho” espacial está quase se aposentando. Estima-se que em 2014 ele deixe de funcionar para ser substituído por outro gigante: o Telescópio Espacial James Webb, com lançamento previsto para 2013.
5 -- Satélites
De acordo com a Nasa, existem cerca de 3 mil satélites ativos rodeando a Terra. Isso significa mais de 3 mil máquinas criadas pelo homem observando nosso planeta e o espaço o tempo todo! Nem todas as informações são públicas e é fácil se deixar levar pela mania de perseguição, mas os satélites também são responsáveis por diversas funções que já fazem parte do nosso dia-a-dia: geolocalização, retransmissão de ondas (sinais de rádio, televisão, celular, internet…), monitoramento de certas áreas do globo, fotografias em luz natural, raio-X, infravermelho, etc, etc, etc. Alguns deles são tão grandes que é possível observá-los cruzando o céu em noites com pouca luz.
Quem mora longe dos grandes centros urbanos provavelmente já viu ao menos um. É bonito, parece uma estrela cadente muito lenta e gigante que cruza o céu inteiro.
4 -- Ondas de rádio e televisão
No livro Contato, do astrofísico Carl Sagan, alienígenas captaram o discurso de Hitler nas Olimpíadas de Berlim em 1936 e vieram até o nosso planeta bater um papinho. Até onde sabemos, isso não aconteceu de verdade. Ainda.
A atmosfera terrestre bloqueia emissões de rádio de frequências abaixo de 10 MHz e acima de 10 GHz. Porém, as bandas VHF, UHF e microondas estão entre essas duas frequências e escapam para o espaço – teoricamente, para sempre. As ondas que vagam pelo espaço são uma evidência clara da existência de vida na Terra e poderiam ser captadas por alienígenas que passassem por perto.
Nós só estamos produzindo sinais de rádio e TV fortes o suficiente para ultrapassar a atmosfera há 60 anos, o que significa que apenas ETs a no máximo 60 anos luz daqui poderiam captar nossas emissões radiofônicas e televisivas.
3 -- Discos dourados que explicam como é a vida aqui na Terra
Em 2011, dois discos de cobre banhados a ouro contendo 116 imagens e diversos sons da Terra alcançaram o “espaço aberto”, ou seja: saíram dos domínios do sistema solar. As naves Voyager 1 e 2, enviadas em 1977 e que viajam com os discos, são dois dos artefatos humanos que mais se afastaram da Terra até hoje.
Os chamados Golden Records contêm informações da Terra destinadas às formas de vida inteligentes existentes fora do nosso planeta. Sua concepção e seleção de informações foram feitas pelo famoso astrofísico Carl Sagan (ele de novo) e equipe. As imagens foram codificadas de forma analógica, compostas de 512 linhas verticais. Já as informações auditivas estão gravadas nos discos como em um disco de vinil e há instruções imagéticas de como fazê-lo funcionar. Será que eles entendem?
2 -- Lixo espacial
Não contentes em poluir nosso próprio planeta, também deixamos rastros de sujeira pelo espaço. Segundo a Nasa, há cerca de 500 mil resíduos humanos sem função alguma girando ao redor da Terra a mais de 7 mil km/h. Deve existir muito mais lixo por aí, espalhado por órbitas de outros planetas ou simplesmente vagando pelo espaço, resultado das missões que começaram na segunda metade do século passado.
A sujeira não é só feia, mas também perigosa. Em outubro do ano passado, um satélite de pesquisas inativo da Nasa quase colidiu com uma estação espacial com 6 tripulantes. Os astronautas conseguiram deslocar a nave a tempo, mas foi por pouco.
1 -- Bolas de golfe
De todas as tranqueiras que mandamos para o espaço, essas são as mais curiosas. Em 1971, durante a terceira missão bem sucedida até a Lua, o astronauta Alan Shepard mandou duas bolas de golfe literalmente para o espaço. Alan era golfista nas horas vagas e decidiu que seria uma boa ideia tentar umas tacadinhas pela Lua.
Infelizmente, elas não correm o risco de aterrissarem no prato de sopa de algum alien. Segundo o próprio astronauta, a primeira bola foi um fail: ela rolou para dentro de uma cratera a uns 36 metros de distância. Já a segunda, “aqui [na Terra], ela teria ido uns 27 metros, mas pelo fato de não haver atmosfera lá [na Lua], a bola voou por uns 180 metros”.
Fonte: Livia Aguiar (Revista Superinteressante).
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