Os operários tentam restabelecer o sistema de resfriamento dos reatores danificados pela tragédia em Fukushima
Tóquio A Agência de Segurança Nuclear do Japão informou, ontem, que detectou uma concentração de iodo radioativo 1.250 vezes superior ao limite legal na água do mar na área próxima à usina nuclear de Fukushima.
Em entrevista coletiva, um porta-voz do organismo detalhou que os índices alarmantes foram detectados no início da manhã de ontem em mostras de água do mar recolhidas muito perto da usina. O nível registrado ontem era 140 vezes superior ao limite.
O índice de ontem representa que, se um adulto bebesse meio litro desta água, receberia uma radioatividade de 1 milisievert, detalhou o porta-voz.
Os operários deram prosseguimento, ontem, aos esforços para restabelecer o sistema de resfriamento dos reatores, danificado pelo devastador terremoto e o posterior tsunami que em 11 de março assolaram o nordeste do Japão.
Na sexta-feira (25) foram detectados altos níveis de radioatividade em água acumulada em vários locais da central, o que fez com que dois operários fossem hospitalizados e impediu a continuação dos trabalhos para ativar as bombas de água.
Agora a empresa operadora da usina planeja como retirar a água contaminada das salas de turbinas de vários reatores.
Enquanto isso, continua a injetar água a partir de caminhões para evitar um superaquecimento. Na sexta-feira começou a ser feito o lançamento de água doce sobre as unidades 1 e 3, em vez de água do mar, para evitar que o sal cristalizado bloqueie válvulas e encanamentos.
Ontem, foi feito o mesmo no reator 2, que deve voltar a ter eletricidade, ao menos parcialmente, em sua sala de controle, algo que já acontece nos reatores 1 e 3. O reator 3 é considerado o mais perigoso, já que é o único que além de urânio contém plutônio.
Em seu primeiro pronunciamento público nos últimos sete dias, o primeiro-ministro do Japão disse que a situação do vazamento nuclear na usina número 1 de Fukushima ainda está "longe de ser resolvido" e que o governo permanece vigilante, embora os esforços concentrem-se em "evitar que o problema fique pior".
"Estamos nos esforçando para evitar que a situação piore, mas sinto que não podemos nos tornar complacentes. Precisamos continuar vigilantes".
"A situação hoje na usina de Fukushima ainda é muito grave e séria. Não estamos numa posição em que podemos ser otimistas. Devemos tratar cada desdobramento com cuidado extremo", complementou o primeiro-ministro.
Mais de 700 engenheiros vêm trabalhando em turnos para estabilizar a usina danificada de pois da tragédia.
"Pouca coisa mudou na usina Fukushima Daiichi nas últimas 24 horas. Algumas tendências positivas continuam, mas restam áreas de incerteza que causam preocupação séria", disse um alto funcionário da AIEA, Graham Andrew.
Texto publicado na coluna Internacional do Diário do Nordeste em 27/03/11.
Tóquio A Agência de Segurança Nuclear do Japão informou, ontem, que detectou uma concentração de iodo radioativo 1.250 vezes superior ao limite legal na água do mar na área próxima à usina nuclear de Fukushima.
Em entrevista coletiva, um porta-voz do organismo detalhou que os índices alarmantes foram detectados no início da manhã de ontem em mostras de água do mar recolhidas muito perto da usina. O nível registrado ontem era 140 vezes superior ao limite.
O índice de ontem representa que, se um adulto bebesse meio litro desta água, receberia uma radioatividade de 1 milisievert, detalhou o porta-voz.
Os operários deram prosseguimento, ontem, aos esforços para restabelecer o sistema de resfriamento dos reatores, danificado pelo devastador terremoto e o posterior tsunami que em 11 de março assolaram o nordeste do Japão.
Na sexta-feira (25) foram detectados altos níveis de radioatividade em água acumulada em vários locais da central, o que fez com que dois operários fossem hospitalizados e impediu a continuação dos trabalhos para ativar as bombas de água.
Agora a empresa operadora da usina planeja como retirar a água contaminada das salas de turbinas de vários reatores.
Enquanto isso, continua a injetar água a partir de caminhões para evitar um superaquecimento. Na sexta-feira começou a ser feito o lançamento de água doce sobre as unidades 1 e 3, em vez de água do mar, para evitar que o sal cristalizado bloqueie válvulas e encanamentos.
Ontem, foi feito o mesmo no reator 2, que deve voltar a ter eletricidade, ao menos parcialmente, em sua sala de controle, algo que já acontece nos reatores 1 e 3. O reator 3 é considerado o mais perigoso, já que é o único que além de urânio contém plutônio.
Em seu primeiro pronunciamento público nos últimos sete dias, o primeiro-ministro do Japão disse que a situação do vazamento nuclear na usina número 1 de Fukushima ainda está "longe de ser resolvido" e que o governo permanece vigilante, embora os esforços concentrem-se em "evitar que o problema fique pior".
"Estamos nos esforçando para evitar que a situação piore, mas sinto que não podemos nos tornar complacentes. Precisamos continuar vigilantes".
"A situação hoje na usina de Fukushima ainda é muito grave e séria. Não estamos numa posição em que podemos ser otimistas. Devemos tratar cada desdobramento com cuidado extremo", complementou o primeiro-ministro.
Mais de 700 engenheiros vêm trabalhando em turnos para estabilizar a usina danificada de pois da tragédia.
"Pouca coisa mudou na usina Fukushima Daiichi nas últimas 24 horas. Algumas tendências positivas continuam, mas restam áreas de incerteza que causam preocupação séria", disse um alto funcionário da AIEA, Graham Andrew.
Texto publicado na coluna Internacional do Diário do Nordeste em 27/03/11.
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