O prenúncio do Ministério da Saúde se concretizou: a dengue vem avançando por 16 Estados, com o registro, nos dois primeiros meses do ano, de 155.613 casos da doença. Como sempre ocorre com os fatos relacionados com a saúde pública, houve crescimento no número dos registros da epidemia nas regiões Norte, Nordeste e Sul. No Centro-Oeste, houve redução de 81%, e no Sudeste, de 55%.
As advertências, a mobilização dos segmentos sanitários e o alerta à população não foram suficientes para impedir a concretização do surto epidêmico antevisto pelo Ministério. A dengue já está presente em 149 municípios do Ceará, demonstrando, assim, o insucesso dos tratos preventivos para evitar esse quadro preocupante. O Ceará está incluindo, também, entre aqueles com elevados índices de mortalidade pelas formas mais graves da doença.
O combate à dengue exige a conjugação de esforços do poder público e da população de cada cidade. Se não houver essa correlação de forças, todo o trabalho preventivo corre o risco de fracasso, multiplicando-se os focos de reprodução desenfreada do mosquito "Aedes aegypti", seu principal vetor. A estação das chuvas é o período de maior risco da transmissão da dengue, por criar, naturalmente, as condições ideais para a expansão dos criadouros: tempo úmido e quente.
A gestão pública concorre com grande parcela de responsabilidade quando não cumpre o seu papel na coleta sistemático do lixo urbano, das podas de árvores e do entulho da construção civil. É de seu dever a mobilização casa a casa, bairro por bairro contra as condições ambientais em que o "Aedes aegypti" se instala, dispondo do poder de polícia para fazer cumprir as decisões judiciais de ingresso em propriedades privadas que ofereçam risco à saúde coletiva.
A população, por sua vez, tem o dever de controlar os ambientes residenciais, eliminando os focos reprodutores, especialmente nas caixas-d´água sem proteção, nos vasos de plantas e nos vasilhames descobertos. Borracharias com pneus usados como indicação do serviço e sucatas de automóveis são os maiores focos de expansão da doença.
Neste ano, foram notificados 14.796 casos suspeitos de dengue em 163 municípios do Ceará, com a confirmação de 6.870 ocorrências em 149 deles, 19 óbitos, 156 casos suspeitos de febre hemorrágica da dengue e 53 casos complicados. Fortaleza tem 1.681 registros da epidemia, enquanto no Interior, Itapipoca lidera o ranking sertanejo com 730 ocorrências.
Na última semana, enquanto a disseminação da doença foi elevada de 144 para 149 municípios, dois eventos foram indicados como significativos. A Secretaria da Saúde distribuiu nota técnica aos profissionais mobilizados neste momento epidemiológico, alertando-os sobre a conduta médica diante de todo caso de doença febril aguda.
O segundo foi a adesão de um grupo de militares do 23º Batalhão de Caçadores, treinado para atuar junto às equipes engajadas no combate à epidemia.
Neste período de risco iminente de generalização da doença por todo o Estado, colaborações como esta serão bem aproveitadas.
Fonte: Texto publicado na coluna Opinião do Jornal Diario do Nordeste em 27/03/11.
As advertências, a mobilização dos segmentos sanitários e o alerta à população não foram suficientes para impedir a concretização do surto epidêmico antevisto pelo Ministério. A dengue já está presente em 149 municípios do Ceará, demonstrando, assim, o insucesso dos tratos preventivos para evitar esse quadro preocupante. O Ceará está incluindo, também, entre aqueles com elevados índices de mortalidade pelas formas mais graves da doença.
O combate à dengue exige a conjugação de esforços do poder público e da população de cada cidade. Se não houver essa correlação de forças, todo o trabalho preventivo corre o risco de fracasso, multiplicando-se os focos de reprodução desenfreada do mosquito "Aedes aegypti", seu principal vetor. A estação das chuvas é o período de maior risco da transmissão da dengue, por criar, naturalmente, as condições ideais para a expansão dos criadouros: tempo úmido e quente.
A gestão pública concorre com grande parcela de responsabilidade quando não cumpre o seu papel na coleta sistemático do lixo urbano, das podas de árvores e do entulho da construção civil. É de seu dever a mobilização casa a casa, bairro por bairro contra as condições ambientais em que o "Aedes aegypti" se instala, dispondo do poder de polícia para fazer cumprir as decisões judiciais de ingresso em propriedades privadas que ofereçam risco à saúde coletiva.
A população, por sua vez, tem o dever de controlar os ambientes residenciais, eliminando os focos reprodutores, especialmente nas caixas-d´água sem proteção, nos vasos de plantas e nos vasilhames descobertos. Borracharias com pneus usados como indicação do serviço e sucatas de automóveis são os maiores focos de expansão da doença.
Neste ano, foram notificados 14.796 casos suspeitos de dengue em 163 municípios do Ceará, com a confirmação de 6.870 ocorrências em 149 deles, 19 óbitos, 156 casos suspeitos de febre hemorrágica da dengue e 53 casos complicados. Fortaleza tem 1.681 registros da epidemia, enquanto no Interior, Itapipoca lidera o ranking sertanejo com 730 ocorrências.
Na última semana, enquanto a disseminação da doença foi elevada de 144 para 149 municípios, dois eventos foram indicados como significativos. A Secretaria da Saúde distribuiu nota técnica aos profissionais mobilizados neste momento epidemiológico, alertando-os sobre a conduta médica diante de todo caso de doença febril aguda.
O segundo foi a adesão de um grupo de militares do 23º Batalhão de Caçadores, treinado para atuar junto às equipes engajadas no combate à epidemia.
Neste período de risco iminente de generalização da doença por todo o Estado, colaborações como esta serão bem aproveitadas.
Fonte: Texto publicado na coluna Opinião do Jornal Diario do Nordeste em 27/03/11.
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